Sábado, 12 de julho de 2025
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A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado, na quinta-feira (05/05), para que as autoridades israelenses cancelem a decisão da Suprema Corte de despejar 1.300 palestinos que vivem em oito vilarejos nas colinas no sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada.

Em nota, Lynn Hastings, Coordenadora Humanitária e Residente da ONU no Território Palestino Ocupado, alertou que a decisão “equivale a uma transferência forçada”.

“A decisão afeta mais de mil palestinos, incluindo 500 crianças, na Cisjordânia ocupada e permite o despejo dos moradores”, afirmou Hastings no comunicado, acrescentando que “como todos os recursos legais internos foram esgotados, a comunidade está agora desprotegida e em risco de deslocamento iminente”.

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Hastings alertou ainda que “tais despejos que resultam em deslocamento podem equivaler a uma transferência forçada, contrariando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o direito internacional”.

Por fim, disse reiterar os “apelos do secretário-geral da ONU sobre Israel”, de “cessar demolições e despejos no Território Palestino Ocupado, de acordo com as obrigações do direito internacional”.

Também na sexta-feira, a Jordânia emitiu um alerta contra o despejo planejado e contra os planos israelenses de construção de quase quatro mil assentamentos em outras áreas da Cisjordânia.

Suprema Corte israelense decidiu despejar moradores de oito vilarejos das colinas do sul de Hebron

Wikicommons

Região de Masafer Yatta é formada por 12 vilarejos, das quais 8 estão sob ordem de despejo

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Jordânia, Haitham Abu Alfoul, disse que “a expansão dos assentamentos é uma violação flagrante da lei e das resoluções internacionais”, segundo a agência oficial de notícias Petra.

Expulsão de palestinos

Os moradores da região de Masafer Yatta têm resistido a demolições, apreensões de propriedades, restrições, interrupções no abastecimento de alimentos e água, bem como a ameaça persistente de expulsão desde antes de 1981, ano em que uma ação de despejo começou a correr no judiciário israelense.

Na última semana, a Suprema Corte de Israel confirmou a ordem de expulsão contra oito das 12 vilarejos palestinos que formam Masafer Yatta. Israel argumentou que os moradores usam a área apenas para agricultura sazonal e que lhes foi oferecido um acordo que lhes daria acesso ocasional à terra.

Os palestinos dizem que, se implementada, a decisão abre caminho para o despejo de todas as 12 comunidades que têm uma população de 4 mil pessoas, principalmente beduínos que dependem do pastoreio de animais e de uma forma tradicional de agricultura no deserto. 

Os moradores de Jinba, um dos vilarejos, disseram na sexta-feira que se opõem a qualquer acordo porque vivem na área muito antes de Israel ocupar a Cisjordânia.

(*) Com Monitor do Oriente Médio.