A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, entre eles a Rússia, concordaram nesta sexta-feira (07/12) em reduzir sua produção em 1,2 milhão de barris diários (mdb) para tentar controlar os preços. O anúncio foi feito pelo ministro iraquiano do Petróleo, Thamer Abbas al Ghadhban, após uma reunião em Viena, na Áustria.
Ghadhban afirmou que a redução será de 800 mil barris diários nos 14 países membros da Opep e de 400 mil nos países parceiros. Essa baixa será calculada a partir dos níveis de produção de outubro e será fiscalizada em abril, declarou o porta-voz da reunião, Tafal al-Nasr.
A incerteza tinha marcado o primeiro dia de reunião, após declarações pessimistas do peso-pesado do cartel, a Arábia Saudita. “Não, eu não acredito” que se alcance um acordo, admitiu na quinta-feira (06/12) o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khaled al-Faleh, após um primeiro dia de negociações em Viena.
Mas a realidade bateu à porta quando os ministros constaram que há mais oferta que demanda. Os preços tinham caído mais de 30% em dois meses. Antes do fim da reunião, os preços do barril de petróleo nos mercados de Londres e Nova York já subiam cerca de 5%.
Chegar a um acordo não foi simples. O ministro russo da Energia, Alexander Novak, lembrou que, no inverno, as “condições climáticas na Rússia tornavam muito mais difícil de reduzir [a produção] do que para outros países”.
A Opep e seus aliados garantem cerca da metade da produção mundial de petróleo bruto e estão ligados por uma parceria iniciada há dois anos.
Pressão de Washington
Por sua vez, a Arábia Saudita deve enfrentar a pressão dos Estados Unidos, numa posição enfraquecida pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.
Antes da reunião em Viena, o presidente americano Donald Trump, que pressiona a Opep há meses, pediu à organização para não aumentar os preços, preocupado com os consumidores americanos.
O ministro saudita respondeu na quinta-feira que Washington “não está em posição de dizer o que devemos fazer”. “Eu não preciso da permissão de ninguém para diminuir” a produção, acrescentou.
Rival político de Riade e terceiro maior produtor da Opep, o Irã propôs um corte de mais de 1 mdb, embora reclame uma isenção para si de qualquer redução por já estar submetido às sanções dos Estados Unidos.
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Sede da Opep em Viena, na Áustria