Os opositores do presidente egípcio, Hosni Mubarak, anunciaram um grande protesto para esta terça-feira (01/02). Helicópteros sobrevoavam o Cairo nesta manhã, um dia depois de caças voarem baixo pela praça Tahrir, local do início das manifestações. Tropas e tanques continuam nas ruas da cidade e a polícia nacional voltou a patrulhar o Cairo.
“Queremos fazer com que seja como um carnaval, com músicas, poesias e espetáculos, tudo centrado em pedir a renúncia de Hosni Mubarak”, disse à Efe o porta-voz do Movimento 6 de Abril, o grupo de oposição que iniciou os protestos.
A concentração ocorrerá a partir das 12h no horário local (8h de Brasília) na praça Tahrir, epicentro dos protestos, mas não descartam que haja outros locais com concentrações de egípcios com o mesmo propósito. O Movimento 6 de Abril e os outros grupos de jovens que apóiam esta organização realizarão nas próximas horas uma reunião para preparar os atos desta terça e redigir um comunicado.
O porta-voz desmentiu que nesta segunda-feira (31/01) especificamente estivesse convocada uma greve geral, como divulgaram alguns meios de comunicação, e assinalou que esse pedido está vigente desde o início dos protestos populares, na terça-feira passada.
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Irmandade
A Irmandade Muçulmanda, a maior força da oposição no Egito, rejeitou nesta segunda-feira manter qualquer diálogo com o novo primeiro-ministro, general Ahmed Shafiq, e criticou o presidente Mubarak por tê-lo proposto na véspera.
“Ahmed Shafiq e Omar Suleiman (vice-presidente) são pilares do regime e partícipes da injustiça e da corrupção, e a partir de suas mãos nunca conseguiremos reformas, tampouco a democracia”, declarou à Agência Efe um dos dirigentes do grupo, Mahmoud Ghazali.
No domingo à noite, Mubarak encarregou Shafiq, premiê desde sábado, que dialogue com a oposição e promova a democracia no país, como informou a televisão pública. “Só queremos dialogar com o exército, o único em que confiamos, para chegar a um acordo sobre a transferência do poder de maneira pacífica”, acrescentou.
O dirigente da Irmandade Muçulmana insistiu em que o único pedido do povo continua sendo derrubar o regime e que em caso de Mubarak não deixar a Presidência, os cidadãos permanecerão nas ruas.
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