Os líderes do partido centrista de oposição Kahol Lavan reconheceram nesta quarta-feira (10/04) que foram derrotados nas eleições parlamentares de Israel e o atual primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, foi reeleito para cumprir o 5º mandato consecutivo.
Apesar de Benny Gantz, líder da legenda centrista, terminar empatado com o partido conservador Likud, com 35 assentos cada, o bloco da direita, liderado pela legenda de “Bibi”, conquistou maioria no Knesset, o Parlamento israelense.
Com mais de 95% das urnas apuradas, o bloco da direita angariou 65 cadeiras, enquanto o bloco centrista, liderado pelo Kahol Lavan, somou 55 assentos.
“Nós respeitamos a decisão do povo”, disse Gantz, reconhecendo a vitória de “Bibi”. O líder do Kahol Lavan ainda disse que a legenda alcançou “um resultado extraordinário. Mais de um milhão de pessoas escolheram votar em uma coalizão que eles não sabiam que existia 10 semanas atrás”.
Entretanto, o adversário de Netanyahu não deixou de criticar o vencedor, dizendo que ele “angariou os extremistas, canibalizou seus parceiros, e esse é o resultado que conseguimos”.
Segundo nome forte da coalizão centrista, Yair Lapid também reconheceu a vitória de “Bibi”, mas disse que fará a vida do Likud “miserável da oposição”. “O Knesset será um campo de batalha”, prometeu Lapid.
Corrupção e suborno
O final do mandato do premiê conservador foi marcado por denúncias de corrupção e suborno. Em fevereiro, o procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, anunciou que o primeiro-ministro seria indiciado pelos crimes de corrupção, suborno e fraude, marcando a primeira vez que um chefe de governo israelense é alvo de um processo de corrupção durante o exercício do mandato.
Entretanto, a campanha de Netanyahu buscou se desviar das acusações que ameaçam o premiê e aposta nos chamados “sucessos” que a administração conquistou na política externa. As relações com o presidente dos EUA, Donald Trump, a recente aproximação do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, e de outros governos conservadores do Leste Europeu, como o de Viktor Orban, na Hungria, são encarados por Netanyahu e seus apoiadores como conquistas políticas quer fortalecem o projeto de país conservador do Likud.
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Com mais de 95% das urnas apuradas, o bloco da direita, liderado pelo partido de Netanyahu, conquistou 65 cadeiras