O opositor venezuelano Antonio Ledezma voltou à prisão domiciliar nesta sexta-feira (04/08), três dias após ter sido detido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) por decisão do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela.
Mitzy Ledezma, esposa do opositor, informou seu retorno pelo Twitter. “Informo ao país que há alguns minutos, surpreendentemente, o SEBIN trouxe Antonio à nossa residência. Ele volta à prisão domiciliar”, escreveu.
Na terça-feira (01/08), Ledezma e o também opositor Leopoldo López foram detidos por agentes da Sebin e levados à prisão militar Ramo Verde. Segundo o TSJ, eles planejavam fugir e por isso lhes foi revogado o direito de detenção domiciliar.
O TSJ também disse ter sido “verificado o incumprimento das condições impostas para que se mantivessem sob detenção domiciliar”. Tanto López quanto Ledezma, segundo o Supremo, não poderiam fazer declarações políticas, o que vinham fazendo por meio de suas redes sociais. Os dois opositores gravaram vídeos chamando a população a não reconhecer a Assembleia Constituinte e a ir às ruas contra o governo de Nicolás Maduro.
Agência Efe / Arquivo
Antonio Ledezma, prefeito metropolitano de Caracas, voltou à prisão domiciliar nesta sexta-feira (04/08)
NULL
NULL
Prefeito metropolitano de Caracas e líder do partido Aliança Bravo Povo, também da MUD, Ledezma foi detido em fevereiro de 2015 sob as acusações de conspiração e associação para delinquir. Após dois meses em Ramo Verde, ele foi transferido para a prisão domiciliar, também por motivos de saúde, e ainda não foi condenado.
Já López, líder do partido Vontade Popular, parte da coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), cumpre 14 anos de prisão por incitação à violência e outros crimes relacionados à série de protestos opositores que deixou 42 mortos em fevereiro de 2014. Ele passou quatro anos na prisão de Ramo Verde e havia sido transferido à prisão domiciliar no começo de julho por decisão do TSJ devido a “problemas de saúde”.
Lilian Tintori, esposa de López, afirma que os advogados ainda não conseguiram ver seu marido e que não tem informações sobre ele desde seu retorno ao regime fechado, na terça-feira.
Javier Cremades, advogado de Ledezma e parte da equipe de defesa de López, declarou desde Madri, na Espanha, que a volta à prisão domiciliar do prefeito metropolitano de Caracas “é uma notícia muito boa para sua família e para a Venezuela, mas demonstra novamente a absoluta anormalidade jurídica e constitucional do país”.