Organizações de esquerda convocam marcha por Constituinte no Peru
'Nem golpe nem continuidade!' é o lema do ato que também sai em defesa da reforma agrária - promessa de campanha de Pedro Castillo que pode beneficiar 2,2 milhões de pequenos agricultores
Organizações políticas lideradas pelo partido de esquerda Novo Peru convocaram uma marcha nacional “por uma Assembleia Constituinte e uma nova Constituição”, nesta quarta-feira (27/07), às 15h (17h, em Brasília), antes do primeiro aniversário da posse do presidente Pedro Castillo.
Entre as demandas dos manifestantes ao governo peruano está o início da segunda reforma agrária, promessa de campanha que beneficiaria principalmente os 2,2 milhões de pequenos agricultores que existem no país sul-americano.
De acordo com a convocação, divulgada nas redes sociais, a marcha nacional traz como lema a seguinte frase: “Nem golpe nem continuidade!”
Las organizaciones de izquierda y progresistas del Perú decimos ¡NI CONTINUISMO NI GOLPISMO! EL PUEBLO EXIGE CAMBIOS, #CierreDelCongreso y #NuevaConstitucion! ¡Señor @PedroCastilloTe, CUMPLA SUS PROMESAS! pic.twitter.com/UBaUYW3qqy
— Nuevo Perú (@NuevoPeruMov) July 27, 2022
“As mobilizações contra o golpe do Congresso já começaram. O que é solicitado? Assembleia Constituinte e nova Constituição soberana, que não é uma liquidação onde se afirma que os recursos pertencem a todos os peruanos. Ou este congresso e esta nova diretoria entendem, ou os fechamos!”, declarou a organização Pacto Constituinte Peru.
Os trabalhadores organizados na Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) anunciaram que também participam da marcha e se somam com reivindicações contra a terceirização de mão de obra.
Da CGTP argumentaram que “os trabalhadores rejeitam as tentativas de um setor do Congresso que pretende revogar o Decreto Supremo, que limita a terceirização do trabalho nas atividades principais das empresas, regulamentando-a para evitar a exploração do trabalho”.
Pacto Constituinte Peru/Twitter
Organização fala em ‘fechar o Congresso’ caso parlamentares não respondam aos desejos da população
Da mesma forma, o sindicato dos trabalhadores exige “a promoção de uma maior mudança na política peruana com a Segunda Reforma Agrária, uma nova Constituição Política que responda aos interesses da grande maioria, a recuperação estratégica dos recursos do Estado, o fechamento do Congresso da República por seus constantes ataques aos direitos trabalhistas e pela solução das demandas dos trabalhadores”.
Nesta quinta-feira (28/07), o presidente Pedro Castillo comemora um ano no comando do país, período em que enfrentou oposição do Congresso com constantes boicotes às iniciativas apresentadas, incluindo os gabinetes como um todo, e figuras individuais.
Nova mesa diretora no Congresso
O Congresso do Peru elegeu nesta terça-feira (26/07) um novo Conselho de Administração para a legislatura 2022-2023, tendo como presidente a integrante da bancada da Aliança para o Progesso, Lady Camones Soriano.
Quanto às vice-presidências da nova Diretoria, a primeira corresponde a Martha Moyano, do partido fujimorista Força Popular, a segunda para Digna Calle, do Podemos, e o terceiro para Wilmar Elera, de Somos Peru.
Durante seu discurso, Camones assegurou que “a gestão da nova Diretoria será pautada no diálogo e na vocação para o maior consenso possível junto a parlamentares reconhecidos”.
Da mesma forma, a parlamentar destacou que sua gestão terá como objetivo reforçar a fiscalização e o controle político, em um contexto em que organizações sociais denunciam a pressão política do Congresso contra o presidente peruano Pedro Castillo.
(*) Com TeleSur.
