A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta sexta-feira (29/09) que enviará um novo contingente de tropas para a região de Nagorno-Karabakh, cuja maioria da população é de armênios, mas que tem sido alvo de uma onda de ataques militares por parte do exército do Azerbaijão.
Desde o último domingo, uma grande parte dos armênios que viviam na zona iniciaram um êxodo em direção à Armênia. Até esta quinta-feira, a cidade fronteiriça de Goris, já dentro do território armênio, havia sido registrado a entrada de mais de 65 mil refugiados, que abandonaram suas casas em Nagorno-Karabakh para fugir do conflito.
Segundo o comunicado da Otan, suas tropas pretendem atuar como uma espécie de “mediador” do que consideram como uma “crise humanitária”, devido ao grande deslocamento de pessoas.
No entanto, a aliança evitou manifestar apoio às duas partes envolvidas no conflito, seja para condenar ou para defender a postura do Azerbaijão ou da Armênia no caso.
Nenhum dos dois países forma parte da Otan.
Líder separatista preso
Nesta mesma sexta-feira (29/09), as forças armadas azerbaijanas confirmaram a informação de que o ativista armênio Levon Mnatsakanian, ex-líder do movimento separatista que defendia a transformação de Nagorno-Karabakh na República de Artsakh, foi preso quando tentava cruzar um posto fronteiriço.
Organização do Tratado do Atlântico Norte
Diretor-chefe da Otan, Jens Stoltenberg, autorizou envio de tropas à região de Nagorno-Karabakh
Mnatsakanian comandou o grupo separatista armênio entre os anos de 2015 e 2018. O Azerbaijão o acusa pelos crimes de “terrorismo” e “ataque contra a segurança nacional”.
Contexto histórico
A região de Nagorno-Karabakh é reconhecida pela comunidade internacional como parte do território do Azerbaijão. Porém, a maioria da população local é de etnia armênia e prefere chamar a localidade pelo seu nome armênio, Artsakh, e asseguram que ela foi o berço da sua civilização.
Até 1990, quando ambas as repúblicas eram parte da União Soviética, essa controvérsia foi mantida sob certo controle, mas sem uma resolução definitiva do conflito.
Com o fim do regime soviético, iniciou-se uma disputa que já levou ao enfrentamento armado em diferentes ocasiões nos últimos 30 anos – o primeiro deles, em 1994, chegou a produzir mais de 30 mil mortes.