(atualizada às 18h34 e às 18h55)
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) aprovou na noite desta sexta-feira (19/11) na sua cúpula em Lisboa um documento chamado de “conceito estratégico”, que contém as novas diretrizes da aliança na próxima década para enfrentar a atual guerra no Afeganistão, que se arrasta há nove anos, e conflitos futuros – incluindo o princípio de intervir militarmente “em qualquer lugar do mundo”.
“O novo conceito estratégico acabou de ser adotado”, declarou o secretário-geral da OTAN, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, ao final da conferência na capital portuguesa. Para ele, a aprovação fez desta uma “cúpula histórica”.
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Segundo a agência de notícias portuguesa Lusa, o “conceito estratégico” foi aprovado por unanimidade entre os 28 países-membros da aliança, após uma reunião que durou cerca de duas horas. O último
documento desse tipo na organização datava de 1999.
Novas ameaças
Embora o conteúdo do texto não tenha sido divulgado, a imprensa local
comentou que o documento é de “importância vital” para uma organização
“vista como um anacronismo da Guerra Fria”. Para o jornal português Público, o documento “atualiza” a resposta da aliança militar ocidental a “novas ameaças, como o ciberterrorismo e a pirataria, ressaltando também uma orientação no sentido de reforçar as parcerias com outras organizações internacionais”.
Entre os pontos mais polêmicos do texto, está a necessidade de a OTAN estar apta a intervir “em qualquer lugar do mundo” onde “considere que sua segurança possa estar ameaçada”, segundo as agências de notícias alemã DPA e espanhola Efe, como sinalizado por Rasmussen antes da cúpula.
“Países fracos do outro lado do planeta podem ter um impacto direto em nossa segurança”, disse o secretário-geral em discurso horas antes da reunião.
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Já de acordo com a emissora portuguesa TVI-24, na entrevista ao final da reunião, Rasmussen fez questão de enfatizar que o documento não se trata de uma “declaração de princípios”, mas sim de um “plano de ação”.
Armamentos
O secretário-geral também defendeu a continuidade dos arsenais nucleares das grandes potências ocidentais, sob a alegação de que elas têm poder de “dissuasão”. Ele ponderou que, apesar de a OTAN defender a meta de ter um mundo sem armas de destruição em massa, no futuro, enquanto houver armamento desse tipo haverá “necessidade de usá-las com meio dissuasor”.
“Enquanto houver armas nucleares no mundo, a OTAN deve continuar a ser uma aliança nuclear”.
Também hoje, dois dos principais membros da aliança, a Alemanha e a França, resolveram as discordâncias que tinham sobre o projeto de um escudo antimísseis na Europa, chamado SDA. Citando uma “fonte da presidência da República Francesa” e sem entrar em detalhes, a Lusa informou que os representantes dos dois governos “chegaram a um acordo sobre os temas que estavam em discussão entre os dois países” em Lisboa.
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