“Se você quer ajudar Cuba, a primeira coisa que deve fazer é suspender o bloqueio contra o país”, disse o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, depois que protestos ocorridos em San Antonio de los Baños, na província cubana de Artemisa, neste domingo (12/07) começaram a ser veiculados nas redes sociais. Outros países também emitiram manifestações em apoio à ilha socialista.
Obrador disse também que nenhum país do mundo deve ser cercado ou bloqueado, afirmando que isto é o completo oposto dos direitos humanos. “O governo do México pode ajudar com remédios, vacinas, alimentos, o que for preciso. Porque saúde e nutrição são direitos humanos fundamentais, sem a gestão política intervencionista que estão tentando dar a este assunto”, acrescentou.
Luis Arce, atual presidente da Bolívia, disse que o país expressa seu “total apoio ao povo cubano” na luta contra “ações desestabilizadoras”. “Quanto mais o governo de Cuba avança na saúde e na ciência, mais enfrenta desinformação e ataques estrangeiros”, afirmou. Ele disse ainda que os problemas do país devem ser resolvidos pela população, sem interferências, “muito menos daqueles que mantêm um bloqueio criminoso há 60 anos''.
Em nota, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) do presidente Nicolás Maduro manifestou solidariedade diante do que chamou de “novo ataque do império criminoso”. A mensagem foi direcionada ainda “ao nosso povo irmão de Cuba, ao seu presidente Miguel Díaz-Canel, ao legado histórico de coragem e solidariedade que sempre caracterizou a liderança da Revolução Cubana”.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, também apoiou Cuba. No Twitter, ele disse que “o povo revolucionário de Cuba saiu às ruas para proteger sua soberania e dignidade”, em referência ao protesto em apoio ao governo que ocorreu neste domingo como resposta a um chamado feito pelo presidente cubano.
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AMLO disse ainda que nenhum país do mundo deve ser cercado ou bloqueado
Por meio da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zajárova, o governo russo disse estar convencido de que “as autoridades cubanas estão tomando todas as medidas necessárias para restaurar a ordem pública no interesse dos cidadãos do país”.
“Consideramos inaceitável qualquer ingerência externa nos assuntos internos de um Estado soberano e qualquer ação destrutiva que favoreça a desestabilização da situação na ilha”, afirmou Zajárova.
O secretário executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA-TCP), Sacha Llorenti, afirmou que as mãos de Luis Almagro, secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), estão “manchadas de golpes de Estado e sangue” e que agora tentam interferir “novamente” nos assuntos de Cuba. “Essa agenda intervencionista fracassará miseravelmente porque a Revolução Cubana não depende de ninguém além do próprio povo cubano”, ressaltou Llorenti.
O Fórum de São Paulo e sua secretária executiva Mônica Valente também manifestaram solidariedade a Cuba. Já a Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade (REDH) publicou nota pedindo ao mundo “que se mantenha vigilante e se oponha aos movimentos de ingerência” que Estados Unidos e seguidores pretendem aplicar no país.
O grupo instou ainda a que o presidente norte-americano Joe Biden observe a resolução da ONU contrária ao bloqueio emitida pela 29ª vez em 2021. “Solicitamos também a Biden que cumpra imediatamente seu compromisso eleitoral de revogar as medidas de fortalecimento do bloqueio tomadas por Trump”, disse a REDH.
A Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN), por meio de nota da Secretaria Nacional da Juventude, também manifestou solidariedade.