Funcionários palestinos começaram nesta terça-feira (13/11) a exumação do corpo do ex-presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Arafat, para investigar a suspeita de que o dirigente teria sido envenenado. Arafat está enterrado ao lado da sede da ANP, na Cisjordânia. O local onde está seu corpo foi coberto com um grande toldo para evitar a aproximação de curiosos.
Efe (11/11/2012)
O presidente da ANP, Mohamed Abbas, discursa durante o oitavo aniversário da morte de Yasser Arafat
O processo de retirada do cadáver do túmulo deverá durar 15 dias, de acordo com os funcionários. As operações deverão começar pela retirada de cimento e pedras do mausoléu do dirigente até que se chegue à camada de terra que envolve o caixão. A última camada só será removida quando os juízes responsáveis pelo caso na França e os peritos russos e suíços contratados pela defesa cheguem à Cisjordânia, na semana que vem.
Morte suspeita
Arafat morreu na França, em 2004, aparentemente por causa de um derrame hemorrágico, causado por uma disfunção sanguínea desconhecida. O corpo do ex-dirigente palestino foi enterrado sem passar por uma autopsia. Em agosto, a rede televisão Al Jazeera, do Qatar, exibiu uma reportagem com resultados de um relatório da Universidade de Lausanne, na Suíça, que encontrou o radioativo polônio-210 em objetos de Arafat, inclusive em sua emblemática “keffiyeh” (o tradicional lenço palestino).
Em alguns casos, os níveis de material radioativo eram dez vezes maiores que em objetos do grupo de controle, e, de acordo com os cientistas, essa quantidade de polônio não pode ter vindo de fontes naturais. A exumação foi pedida pela mulher de Arafat, Suha, que acredita que o marido foi envenenado. A intenção é descobrir se há a presença de urânio no corpo do ex-dirigente palestino.
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