A Igreja Católica do Panamá, que atua como mediadora entre os grupos manifestantes e o governo panamenho, anunciou nesta terça-feira (19/07) a criação de uma mesa de diálogo entre os sindicatos que têm organizado os protestos nacionais e as organizações do Executivo no país.
A decisão ocorre depois que a Aliança Popular, a Aliança dos Povos Originários e a Aliança Nacional pelos Direitos do Povo Organizado (Anadepo) se reuniram para conversar com o governo do presidente Laurentino Cortizo sobre o custo do combustível, da cesta básica, de medicamentos e sobre a luta contra a corrupção – principais demandas dos manifestantes.
A primeira mesa de diálogo foi iniciada também nesta terça-feira, na província de Coclé, na região central do Panamá. Segundo comunicado oficial da arquidiocese do Panamá, a primeira fase dos diálogos seria feita exclusivamente com os representantes dos sindicatos manifestantes. Já em um segundo momento, “participarão cada um dos atores da sociedade”, completa a nota.
Comunicado pic.twitter.com/gXoBiVZ39F
— Arquidiócesis de Pmá (@ArquiPanama) July 19, 2022
A declaração da organização católica ainda afirma que “dada a situação de emergência que a população sofre, encorajamos todos os participantes neste diálogo a dar sinais de boa vontade e construir consensos num clima de paz, tendo como centro a justiça social e o bem comum”.
Twitter/Confederación Nacional de Unidad Sindical Independiente
Por sua vez, por meio das redes sociais, o governo do Panamá afirmou aceitar participar das mesas de diálogo com as organizações manifestantes.
El Gobierno acepta participar de la MESA ÚNICA de diálogo por Panamá, cuyo facilitador es la iglesia católica, junto a la Alianza Pueblo Unido por la Vida, la Alianza Nacional del Pueblo Organizado, y grupos organizados de la Comarca Ngäbe-Buglé, desde hoy 19 de julio en Coclé.
— Presidencia de Panamá (@presidenciapma) July 19, 2022
Na tentativa de acabar com os protestos, o Conselho de Ministros aprovou no último domingo (17/07) a redução da gasolina e do diesel para US$ 3,25 (cerca de R$17,5) o galão, medida que não satisfaz os anseios das organizações sindicais.
O estabelecimento de uma mesa única de diálogo com o governo panamenho e participação de todos os segmentos de trabalhadores era uma das principais condições da aliança Povos Unidos pela Vida para cessar as mobilizações.
(*) Com TeleSur