Diversos sindicatos e organizações panamenhos agrupados na aliança Povo Unidos pela Vida estenderam nesta quarta-feira (13/07) a mobilização geral exigindo respostas concretas do governo sobre a situação social e a inflação que o país vive.
Convocada no último domingo (10/07), a greve nacional, que começou nesta terça-feira (12/07), envolve o bloqueio de estradas e realização de comícios em distintos pontos do país, exigindo modificações no alto preço dos medicamentos e combustíveis, respostas para a monopolização da indústria farmacêutica, melhores salários e redução do custo dos produtos essenciais e da tarifa de energia elétrica.
Os protestos inicialmente realizados pelos trabalhadores do setor de construção do país, também conta com a presença de sindicatos dos profissionais da área da saúde, professores, comércio, indústrias e agricultura.
Comunicado SITRAMAP-ASEAMP https://t.co/rYqa5gbmHi
— CNTP al Dia (@cntpaldia) July 12, 2022
Abrangendo diversas províncias da nação centro-americana, como a Cidade do Panamá (capital), Santiago de Veraguas, Chiriquí e Colón, a mobilização pressiona o governo do presidente Laurentino Cortizo a responder 32 reivindicações dos manifestantes, que visam “fazer frente ao aumento do custo de vida e ao preço elevado dos bens essenciais”.
Tendo em conta os protestos crescentes, Cortizo anunciou o congelamento do preço dos combustíveis. No entanto, os trabalhadores pedem que o presidente “não se limite a essa medida”.
Twitter/Suntrac
Protestos abrangem províncias como Cidade do Panamá (capital), Santiago de Veraguas, Chiriquí e Colón
“Não foram propostas soluções para as condições de trabalho de saúde e educação; ausência de medidas de contenção de gastos públicos. Tampouco se fala em redução de medicamentos e no fornecimento de insumos e medicamentos aos hospitais do país”, apontou a Associação dos Médicos, Dentistas e Afins da Previdência Social.
Nesse sentido, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Construção e Similares (Suntracs), Saúl Méndez, sublinhou que “os problemas acumulados são fruto de um modelo neoliberal imposto pelas elites econômicas e governos sucessivos de partidos tradicionais que lucram com as necessidades do povo”.
Por sua vez, o dirigente da Central Nacional de Trabalhadores do Panamá, Alfredo Graell, disse que “continuarão a pressionar” o governo Cortizo para que cumpra todas as exigências e ratificou a importância da unidade sindical e popular.
Fernando Ábrego, secretário da Associação de Professores do Panamá, acrescentou que “esta marcha já é histórica porque demonstrou a capacidade organizativa e o quanto se pode avançar na unidade”, ao mesmo tempo em que insiste na reivindicação dos professores para que que pelo menos seis por cento do PIB (Produto Interno Bruto) do país seja alocado ao sistema educacional.
Nesse sentido, o governo panamenho anunciou também na última terça-feira medidas de austeridade, como a redução de dez por cento da força de trabalho estatal e o início de um programa de aposentadoria voluntária para servidores públicos.
(*) Com AbrilAbril e Telesur