Em uma conferência de imprensa na noite da última segunda-feira (11/07), Saúl Méndez, secretário-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores da Construção do Panamá, instou as organizações que integram a aliança Povo Unido Pela Vida a participarem da marcha popular por justiça social, convocada para esta terça-feira (12/07) na capital do país, em direção à Assembleia Nacional.
Mendéz também disse que na próxima quarta-feira (13/07), uma paralisação de 24 horas no setor de construção do país será realizado caso o governo não dê “respostas concretas às necessidades do povo”.
Na ocasião, o dirigente lembrou que os sindicatos e outras organizações apresentaram uma lista de reivindicações contendo 32 pontos, sendo um deles o aumento geral dos salários, visando “fazer frente ao aumento do custo de vida e ao preço elevado dos bens essenciais”.
Tendo em conta os protestos crescentes da última semana nas várias regiões do país centro-americano, o presidente panamenho, Laurentino Cortizo, anunciou, por meio da televisão nacional, o congelamento do preço dos combustíveis em 3,95 balboas (moeda panamenha) por galão (3,8 litros). O valor equivale a R$21,51.
Segundo a agência de notícias Telesur, Cortizo também indicou que aprovaria um decreto visando congelar o aumento dos preços de alguns produtos essenciais.
No entanto, para o Sindicato as medidas anunciadas pelo chefe de Estado “estão longe de satisfazer as necessidades da população e de fazer frente à situação que o país atravessa”.
“Especulação brutal nos preços não é por causa da guerra na Ucrânia”
“Nós apresentámos uma lista com 32 pontos e o governo não fez referência ao resto dos pontos”, disse Méndez, acrescentando que “a especulação brutal nos preços dos medicamentos, da electricidade e agora nos combustíveis não é por causa da guerra na Ucrânia”, contrariando o que afirmou o presidente panamenho.
“A subida indiscriminada dos preços a nível nacional nos mostra uma política econômica fracassada, que afetou a grande maioria do povo panamenho”, denunciou o líder sindical.
Twitter/Suntrac
Principais reivindicações de trabalhadores são melhores salários e redução do custo dos produtos essenciais
Neste sentido, Méndez disse que a organização “não entraria mais no jogo das mesas técnicas de negociação sem respostas”, destacando que o governo não quer dialogar com a aliança Povo Unido Pela Vida.
“Você, senhor Cortizo, protege os interesses dos ricos e deu as costas ao povo”, criticou Méndez, dando como exemplo o caso de grupos econômicos beneficiados pelo governo com a isenção do pagamento de mil milhões de dólares para atrair investimentos no setor do turismo no país.
Segundo o representante do sindicato, é necessário que o governo “responda positivamente à proposta de aumento geral dos salários”, lamentando a falta de diálogo até ao momento
Convocada no último domingo (10/07), a greve nacional realizada pelos trabalhadores do setor de construção do país, envolve o bloqueio de estradas e realização de comícios em vários pontos do país, exigindo modificações no alto preço dos medicamentos e combustíveis, respostas para a monopolização da indústria farmacêutica, melhores salários e redução do custo dos produtos essenciais e da tarifa de energia elétrica.
Huelga nacional de advertencia de 24 horas a partir de este miércoles 13 de julio.
Siguen protestas y piqueteos.
Marcha nacional martes 12 de julio 4:00 pm parque Porras.#PuebloUnido #JusticiaParaLosPobres #EstePuebloNoAguantaMás#ConstituyenteOriginaria pic.twitter.com/UYvl8gZCu0— Suntracsgrupo2 (@Suntracsg2) July 10, 2022
(*) Com AbrilAbril e Telesur