O governo do Paquistão condenou “energicamente” um ataque sem precedentes das forças da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na noite desta sexta-feira (25/11), que matou ao menos 20 soldados do país e deixou outros 14 feridos. A aliança ocidental já anunciou que investigará “rigorosamente” o bombardeio, que aconteceu na fronteira com o Afeganistão.
Em comunicado, o primeiro-ministro, Yousuf Raza Gillani, condenou o ataque e assegurou que seu governo pediu explicações tanto aos Estados Unidos como à OTAN. De acordo com a AFP, a fronteira foi fechada para os comboios da OTAN. “Interrompemos os abastecimentos da OTAN depois de receber ordens do governo federal”, declarou Mutahir Hussain, funcionário de alto escalão da região tribal de Khyber.
A Isaf (Força Internacional de Assistência para a Segurança, na sigla em inglês) – missão da OTAN no Afeganistão – admitiu o ataque “no lado paquistanês da fronteira”, mas evitou dar detalhes. “Estamos cientes de que houve um incidente. Estamos investigando o ocorrido e, enquanto não tivermos extraído conclusões, não vamos fazer comentários”, disse à Agência Efe um porta-voz da Isaf em Cabul, Jason Waggoner.
O Paquistão acusa com relativa frequência tanto as forças afegãs como as tropas internacionais desdobradas no Afeganistão de atacar suas bases na delicada região fronteiriça entre os dois países, de aproximadamente 2,5 mil quilômetros, por onde circulam diariamente milhares de pessoas.
Alguns meios de comunicação informaram que o Paquistão decidiu fechar a passagem de Khyber para bloquear as provisões para as forças internacionais desdobradas em solo afegão. Esta é uma das ferramentas de pressão das quais o país dispõe para enfrentar os EUA e a OTAN. Mas nem fontes militares, nem o escritório do responsável administrativo por esta zona confirmaram que o Paquistão tenha tomado essa decisão. “As provisões continuam circulando, não as bloqueamos”, garantiu um funcionário da passagem fronteiriça de Khyber por telefone à AFP.
As redes jihadistas e os grupos filiados à insurgência talibã buscam abrigo nas áreas tribais do Paquistão que fazem fronteira com o Afeganistão, entre elas Mohmand, a região onde ocorreu o ataque desta sexta-feira.
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