O presidente do Chile, Sebastián Piñera, declarou em seu discurso na 66° Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que entre seu país e a Bolívia “não existem assuntos territoriais pendentes”.
Piñera ainda assegurou que o tratado de 1904 – que foi criticado na última quarta-feira (21/09) pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, durante sua intervenção na conferência – foi “negociado de forma válida”. Segundo ele, “as partes o aprovaram, seus parlamentares o ratificaram e a própria Bolívia o reconheceu”.
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O chileno afirmou que o acordo foi “resultado de uma negociação livre e consentida” e que, desta forma, “Chile e Bolívia têm o dever de respeitá-lo e cumpri-lo com boa fé”, acrescentando que seu governo “esteve e sempre estará disposto a dialogar com a Bolívia”.
Processo judicial
Na última quarta, Morales defendeu o direito que seu país tem de levar diante da Corte Internacional de Justiça, em Haia, um processo judicial contra o Chile que demanda uma saída soberana ao Oceano Pacífico.
Segundo Morales, a Bolívia se embasa “no direito e na razão, porque seu aprisionamento é resultado de uma guerra injusta, uma invasão”. O boliviano ainda citou uma resolução da ONU de 1982 que prevê que “resolver litígios entre Estados não deve ser considerado um ato inamistoso”.
A Bolívia perdeu sua saída para o mar para o Chile durante a Guerra do Pacífico (1879-1883), na qual territórios peruanos também passaram a ser controlados pelos chilenos.
Palestina
Durante seu discurso desta quinta-feira, Piñera ainda apoiou o ingresso da Palestina na ONU, dizendo que espera “dar as boas-vindas ao país nesta organização muito em breve”. O Chile já havia reconhecido o país como território “livre, independente e soberano” em janeiro deste ano.
O “Chile tem a convicção de que o povo palestino tem o direito de ter um Estado soberano e que o Estado de Israel tem o direito de ter fronteiras seguras e respeitadas”, atestou, acrescentando que esta é a única forma de se alcançar a paz na região.
Protestos
Sobre as mobilizações estudantis que vêm tomando conta de seu país há cerca de cinco meses, Piñera classificou a iniciativa como “uma causa nobre, grande e bela” e disse que seu governo compartilha da vontade de oferecer um ensino de qualidade.
Segundo ele, se “a educação é a verdadeira mãe de todas as batalhas, infelizmente é também o calcanhar de Aquiles de muitas economias emergentes”.
Enquanto o presidente encontrava-se em Nova York discursando, marchas convocadas pela Confech (Confederação de Estudantes do Chile) em diversas cidades do país mobilizaram cerca de 27 mil estudantes que reivindicam um ensino gratuito e de qualidade no país.
Piñera ainda defendeu uma reforma na ONU, assim como em outras instituições internacionais, já que, segundo ele, as “estruturas” destes organismos foram idealizadas no período do pós-guerra e já não correspondem à atualidade.
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