O governo do Paraguai empossou Enrique Riera Escudero como novo ministro da Educação nesta segunda-feira (09/05), medida desaprovada pelos estudantes que estão em protesto desde a semana passada e exigem que o presidente do país, Horacio Cartes, assine um documento se comprometendo a realizar reformas estruturais na educação.
À imprensa, os estudantes expressaram sua “total indignação” perante a nomeação de Riera Escudero “considerando os nefastos antecedentes de suas gestões anteriores nas quais demonstrou sua total falta de capacidade e falta de conhecimento no âmbito educativo”. O último cargo do atual ministro foi como presidente do Conselho da Magistratura paraguaia.
Reprodução/Facebook Enrique Riera
Enrique Riera Escudero foi empossado como ministro da Educação
Entretanto, os estudantes disseram que estão dispostos a trabalhar com o novo ministro com a condição de que o presidente do país, Horacio Cartes, se encontre com o grupo e assine um documento de compromisso antes de sua viagem à Argentina. “Ao viajar para o exterior se nota em que posição está a educação paraguaia em sua lista de prioridades”, argumentaram.
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Neste documento, os estudantes pedem uma série de reformas estruturais e de infraestrutura na educação pública do Paraguai.
Alguns dos pontos são a demissão do gabinete da ex-ministra Marta Lafuente, que renunciou após as manifestações estudantis, que deve ser substituído por uma equipe “competente e democrática”; a declaração de emergência nacional na infraestrutura das instituições educativas em estado crítico; a criação de uma mesa de trabalho, com poderes de resolução, formada por membros da comunidade educativa; entre outros.
“Vamos trabalhar com eles [os estudantes], acho que tenho a possibilidade de conversar com eles, de ouvi-los, não me importa o local, a hora nem o momento”, disse Riera Escudero após assumir o Ministério da Educação. Ele ainda ressaltou que “muitas das reivindicações dos jovens são razoáveis” e pediu que o presidente faça uma declaração formal de emergência pelas péssimas condições de alguns colégios.
“Acredito que esta força juvenil pode gerar as mudanças que tanto estamos esperando. Vou tratar de fazer o melhor possível, as crises também são oportunidades”, finalizou o ministro.