O governo do Paraguai se tornou proprietário de quatro aeronaves de pequeno porte que pertenciam ao narcotraficante Jorge Teófilo Samudio, um dos chefes do Comando Vermelho que havia sido preso no ano passado, mas fugiu nesta quarta-feira (12/09). O procurador responsável pelo caso, Sergio Coscia, afirmou nesta sexta-feira (13/09) que os aviões serão entregues a Secretaria de Emergência Nacional (SEN) para auxiliarem no combate aos incêndios na região de Chaco.
“Ontem, por exemplo, dentro das aeronave que já inscrevemos o nome o Estado paraguaio havia duas que eram do tipo fumigadoras. Essas fumigadoras têm um tanque que permite, por exemplo, combater os incêndios que tanto nos afetam nestes meses. Já vamos disponibilizar essas duas que são fumigadoras à [Secretaria de] Emergência Nacional e as outras duas que são de transporte vão para outras organizações”, disse o procurador ao jornal ABC Color.
Coscia ainda afirmou que o uso institucional das aeronaves apreendidas do narcotraficante foi um pedido do próprio presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e comemorou o fato que que, “pela primeira vez na história de um processo de narcotráfico, nós já conseguimos inscrever o nome do Estado paraguaio”.
A região do Chaco é uma região semi-árida do Paraguai que sofre constantemente com incêndios e desmatamento. Segundo o Corpo de Bombeiros Voluntários do Paraguai (CBVP), os incêndios de 2019 já atingiram 110 mil hectares, dos quais 70% ocorreram no Chaco e 30% na chamada Região Oriental.
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‘Já vamos disponibilizar essas duas que são fumigadoras à [Secretaria de] Emergência Nacional’, disse procurador
O procurador ainda disse que Samudio possuía mais de 20 aeronaves e que várias outras ainda estão em processo judicial para passar para a propriedade do Estado. “Estamos trabalhando em conjunto e estamos tendo resultados”, disse.
Fugitivo
Jorge Teófilo Samudio, conhecido como Samura, é tido como um dos chefes do Comando Vermelho no Paraguai estava preso desde outubro de 2018 quando fugiu nesta quarta-feira (12/09) após uma ação coordenada contra um comboio penitenciário.
Segundo as autoridades paraguaias, o ataque foi organizado por uma “associação” de facções criminosas e deixou morto o agente penitenciário Félix Ferrari.
Após o episódio, o ministro da Justiça do Paraguai, Julio Javier Ríos, pediu demissão do cargo.