O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (20/09) que um membro do grupo paramilitar colombiano “Los Rastrojos”, Iván Posso Pedroso, capturado pelas autoridades venezuelanas dias atrás, confirmou que a facção criminosa auxiliou o deputado de direita Juan Guaidó, autoproclamado presidente, na travessia ilegal da fronteira entre os dois países.
Em coletiva de imprensa, o minsitro das Comunciações da Venezuela, Jorge Rodríguez, divulgou novas fotos de Guaidó com paramilitares e ainda um vídeo em que Pedroso, o membro da facção capturado conhecido como “Nandito”, dá detalhes da operação e confirma a veracidade das fotos.
Segundo “Nandito”, o plano envolvia a governadora do partido opositor Ação Democrática (AD) Laidy Gomez, do estado venezuelano de Táchira, que faz fronteira com a Colômbia, o prefeito da cidade colombiana Puerto Santander, Henry Manuel Valero, e o assessor de Guaidó, Roberto Marrero, preso em março acusado de ser “cabeça de uma célula terrorista”.
“Tenho conhecimento de como se planejou a entrada do senhor Juan Guaidó na Colômbia. [O prefeito] de Puerto Santander, segundo ele, havia sido enviado pelo governo da Colômbia para organizar a entrega do senhor Juan Guaidó são e salvo na Colômbia. Ele disse que, por parte do governo, já haviam criado um esquema de transporte e segurança no lado da Colômbia e nós que asseguraríamos a segurança e o transporte do senhor Juan Guaidó pelo lado da Venezuela”, disse Pedroso.
Rodríguez: Estas fotografías han dado la vuelta al mundo, del señor Guaidó con miembros de Los Rastrojos https://t.co/tqMKHfl0b4 pic.twitter.com/ML49eqwTXd
— teleSUR TV (@teleSURtv) September 20, 2019
Ainda segundo o paramilitar preso, o grupo “Los Rastrojos” enviou apenas os “melhores elementos” para essa operação devido “ao valor” de quem iriam transportar. Pedroso também afirmou que a facção criminosa participou do plano com interesses de ter privilégios das autoridades no futuro.
“Vale destacar que, quando as fotos são tiradas, eu escutei dizerem que tinha que guardar essas fotos como prova para o futuro no qual a empresa ou a organização ‘Los Rastrojos’ se poderão se mover livremente por toso o setor da fronteira, sem nenhuma pressão militar, sem nenhuma pressão do governo”, disse.
Por sua vez, o ministro venezuelano condenou a postura dos políticos envolvidos e questionou a eficiência das autoridades colombianas em relação aos grupos paramilitares do país. “Iván Duque realmente persegue os paramilitares que operam no norte de Santander?”, disse.
Gob Bolivariano capturó a Nandito, quien fue el autor de las fotografías entre @jguaido y narcoparamilitares de los rastrojos. Testimonio revelador de los nexos entre @jguaido y narcoparamilitares, así como coordinación de los rastrojos con @IvanDuque https://t.co/Me91UTtPIu
— Jorge Rodríguez (@jorgerpsuv) September 20, 2019
Prensa Presidencial
Ministro venezuelano condenou a postura dos políticos envolvidos
Ministério Público
Nesta quinta-feira (19/09), o Ministério Público da Venezuela revelou novas fotos que comprovam a ligação de Guaidó com membros do grupo narcotraficante paramilitar da Colômbia “Los Rastrojos”.
Segundo o procurador-geral de República da Venezuela, Tareck William Saab, as imagens divulgadas também teriam sido capturadas no dia 23 de fevereiro, quando Guaidó atravessou ilegalmente a fronteira da Venezuela com a Colômbia para participar de um show que foi realizado no dia 24 do mesmo mês em Cúcuta, ao mesmo tempo em que o deputado orquestrava a entrada à força de uma suposta ajuda humanitária em território venezuelano. As investigações do MP apontam que os paramilitares teriam auxiliado e dado proteção a Guaidó durante sua passagem ilegal pela fronteira.
Duas fotografias divulgadas na última quinta-feira (12/09) pelo ativista colombiano dos direitos humanos e líder da Fundação Progresso Norte de Santander, Wilfredo Cañizares, já indicavam que o deputado venezuelano de direita Juan Guaidó havia cruzado a fronteira com a Colômbia auxiliado por membros do grupo “Los Rastrojos”.
Nas duas fotos divulgadas, Guaidó, que foi o mentor da tentativa de golpe de Estado fracassada de 30 de abril contra o presidente Nicolás Maduro, aparece abraçado com John Jairo Durán, conhecido como El Menor, e Albeiro lobo Quintero, conhecido como Brother. O primeiro era o chefe máximo da organização criminosa, enquanto o segundo era o chefe de finanças. Ambos foram presos pelas autoridades colombianas em junho.