Desde quarta-feira (30), não se sabe o paradeiro de dois jornalistas franceses que trabalhavam no Afeganistão e, segundo o Ministério de Exteriores da França “nenhuma hipótese pode ser excluída”.
A diplomacia francesa confirmou ontem (31) o desaparecimento, mas não soube informar se os dois repórteres foram sequestrados por homens armados pertencentes à insurgência afegã, conforme informou a imprensa francesa.
A rede de televisão pública France 3 confirmou que não tem contato desde a quarta-feira com dois de seus jornalistas que preparavam uma reportagem na região. A emissora não informou a identidade dos jornalistas.
Segundo o ministério, também não há notícias das pessoas que acompanhavam os jornalistas, lembrando que, neste tipo de caso, “a discrição é indispensável para a eficácia de todas as ações”.
“Tanto em Paris quanto em Cabul, todos os meios estão mobilizados para localizar nossos compatriotas nos prazos mais curtos”, indicou o ministério, em comunicado.
A emissora France Info informou que os desaparecidos são um jornalista e um cinegrafista que circulavam em um veículo pelo noroeste do país, entre os vales de Surobi e Kapisa, onde fica a maior parte das tropas francesas no Afeganistão.
Segundo uma jornalista francesa que trabalhava com eles, e que não quis ser identificada, os colegas caíram em uma emboscada talibã na aldeia de Omarkheyl.
“Os dois jornalistas, acompanhados pelo tradutor afegão, o irmão e o primo do tradutor, foram sequestrados no caminho entre Surobi e Tagab”, declarou à agência AFP.
A equipe de jornalistas tinha chegado à aldeia de Surobi para se encontrar com um contato que devia levá-los a Tagab, na província de Kapisa, ao nordeste de Cabul.
O desaparecimento coincide com a viagem ao Afeganistão do ministro da Defesa francês, Hervé Morin, que passou a noite de Ano Novo junto com o contingente francês na base de Nijrab, no noroeste do país.
Em declarações à “France Info”, do Afeganistão, Morin disse que não foi recebida nenhuma reivindicação por enquanto, por isso se recusou a falar de sequestro.
“Colocamos todos os meios a nosso alcance para entrar em contato com eles. Não se deve descartar, por enquanto, um sequestro. Saberemos mais nas próximas horas”, afirmou.
O ministro da Defesa disse que, por enquanto, só há testemunhos indiretos sobre os fatos, segundo os quais os dois jornalistas estavam acompanhados de seu intérprete.
Morin evitou esclarecer se o exército francês mobilizado no Afeganistão trabalha na localização dos jornalistas.
“Quanto menos se disser, melhor, a discrição é importante nestes casos”, afirmou.
Dezenas de estrangeiros, entre eles jornalistas, foram sequestrados por criminosos ou rebeldes no Afeganistão desde a invasão ocidental com objetivo de enfraquecer os talibãs, no fim de 2001. Muitos foram libertados após algumas semanas, mas alguns tiveram que esperar vários meses, ou até mais.
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