Uma delegação de oito a dez parlamentares de Taiwan planeja uma visita formal ao Congresso dos Estados Unidos no mês de setembro, informou a vice-presidente da Associação de Congressistas Americanos de Taiwan, Chen Yixin, nesta segunda-feira (29/08).
Conforme a nota divulgada, a ida do grupo a Washington quer “promover a diplomacia” entre o território e os EUA. No entanto, a visita deve aumentar ainda mais a crise diplomática entre norte-americanos e chineses – que se acentua desde a visita da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taipei no início de agosto e o anúncio de negociações entre Taipei e Washington em 18 de agosto.
Chen, porém, informou que essa é uma “visita de rotina” e que na programação estão encontros com membros do Senado e da Câmara. Ainda afirmou que as visitas haviam sido paralisadas em 2020 e 2021 por conta da pandemia de covid-19.
Desde o início de agosto, os EUA já enviaram quatro delegações para Taiwan, o que provocou a China a fazer os maiores exercícios militares na região em sua história. Além disso, Pequim suspendeu uma série de acordos bilaterais com Washington como protesto.
Por outro lado, a Casa Branca afirma que sua postura sobre o território ser parte da China “não mudou” e que não apoia a independência da localidade.
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Visita deve aumentar ainda mais a crise diplomática entre norte-americanos e chineses
Além das delegações norte-americanas, o Parlamento de Taiwan informou que há previsão de visitas de outros grupos políticos internacionais do Reino Unido, Canadá, Alemanha e Dinamarca.
Também nesta segunda-feira, em coletiva diária à imprensa, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que a presença intensa de navios norte-americanos na região indo-pacífica são uma “sabotagem” da estabilidade em Taiwan.
A fala referia-se a passagem, neste domingo (28/08), de dois cruzadores pelo Estreito de Taiwan.
“Com o pretexto da liberdade de navegação, os navios de guerra norte-americanos mostram a sua força. Não se trata de uma promessa de liberdade e de abertura, mas de uma provocação que busca atacar a liberdade e de uma deliberada sabotagem da paz e da estabilidade regional”, afirmou o ministro.
Zhao disse que “mais uma vez, exortamos os EUA a pararem de falsificar, esvaziar e distorcer o princípio da ‘China Única’, a respeitar as normas de base das relações internacionais sobre soberania e integridade territorial de outros países e a não interferir em seus assuntos internos, respeitando seriamente o princípio da ‘China Única’ e os três acordos conjuntos sino-americanos”.
(*) Com Ansa