A ampla maioria do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento da Alemanha, concordou nesta quinta-feira (19/07) em contribuir com cerca de 30% do empréstimo de até 100 bilhões de euros da União Europeia para a recapitalização do sistema bancário espanhol.
Agência Efe
Angela Merkel durante a votação do empréstimo para a Espanha.
Apenas 97 parlamentares, em sua maioria de partidos de esquerda, se manifestaram contra a medida, que foi aprovada por 473 votos. Foram 13 as abstenções. A votação aconteceu em uma sessão extraordinária, convocada em período de férias parlamentares.
Antes da votação, o ministro das Finanças do governo Merkel, Wolfgang Schäuble, destacou que a Espanha precisava do empréstimo da Zona do Euro para quebrar o “círculo vicioso” que liga as dívidas do setor bancário com as estatais.
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Para ele, tanto as reformas estruturais já implementadas pelo governo espanhol quanto as que estão em vias de serem aplicadas foram “corretas” e “necessárias”. Somadas ao último pacote de medidas de austeridade ratificado nesta quinta-feira no Congresso espanhol, essas medidas já fizeram o país ingressar em “um bom caminho”. Ainda assim, considerou “grave” o “risco de contágio” que a piora da crise na Espanha apresenta aos demais países da União Europeia.
A notícia da aprovação surge no momento em que a economia espanhola revela-se ainda mais frágil. O Tesouro emitiu quase três bilhões de euros em bônus de sua dívida pública a uma margem de juros elevada. Com isso, a taxa de risco, diferença paga pelo bônus espanhol com relação ao bônus alemão, voltou a alcançar um recorde histórico.
“É a Espanha que pede ajuda, é a Espanha que recebe o dinheiro e é a Espanha que será o fiador do empréstimo”, disse Schäuble ao Bundestag. O ministro prometeu ainda que os bancos espanhóis não poderão ter acesso direto aos fundos europeus, como temiam os contribuintes alemães.
“A existência de dúvidas sobre a solvência da Espanha basta para criar efeitos de contágio muito graves”, disse Schäuble. Como tornou-se habitual nas votações sobre a crise da Zona do Euro, os partidos de oposição (SPD e Verdes) se uniram nesta quinta-feira à maioria parlamentar conservadora e liberal de Angela Merkel.