A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta quinta-feira (03/08) a suspensão da tramitação do projeto de lei para a criação de um salário mínimo no país.
Com maioria confortável no Parlamento, o governo da premiê de extrema direita, Giorgia Meloni, conseguiu paralisar a iniciativa com placar de 168 votos a 128, além de três abstenções. O resultado foi recebido com gritos de “vergonha” por parte de deputados de oposição.
“Estamos diante de uma maioria que foge perante um problema real. Estamos abertos ao diálogo, mas o governo diz que não se importa com as dificuldades das pessoas”, acusou a líder de centro-esquerda do Partido democrático (PD), Elly Schlein.
“Enquanto aumentam os juros, a gasolina e a cesta básica, há pessoas que trabalham da manhã à noite por quatro ou cinco euros brutos por hora”, reforçou o ex-premiê e presidente do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte.
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Com maioria confortável no Parlamento, governo da premiê de extrema direita, Giorgia Meloni, conseguiu paralisar a iniciativa
Já o deputado governista Maurizio Lupi, do Nós Moderados, disse que a suspensão foi motivada pelo desejo de “não interromper o diálogo”. “Digo à oposição que instrumentalizar esse tema não ajuda ninguém”, acrescentou.
O projeto assinado por quase todos os partidos de oposição prevê a instituição de um salário mínimo de nove euros por hora (R$ 47), uma vez que a Itália é um dos seis países da União Europeia que não contam com um piso estabelecido por lei.
O governo Meloni, no entanto, é contra a medida e alega que a solução para aumentar os salários é fortalecer as negociações coletivas.
Também nesta semana, na última terça-feira (01/08), o governo de Meloni decidiu por fim ao programa de renda mínima que ajudava pessoas mais pobres na Itália. Segundo sua administração, o objetivo é que o projeto deixe de existir até janeiro de 2024.
(*) Com Ansa