Domingo, 13 de julho de 2025
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O parlamento do Reino Unido decidiu nesta segunda-feira (03/09) colocar na “ordem do dia” a votação de uma emenda que prevê estender o prazo da saída do país da União Europeia para o dia 31 de janeiro, na intenção de evitar um Brexit sem acordo.

Por 328 votos a 301, os parlamentares decidiram colocar a proposta em votação que deve acontecer nesta quarta-feira (04/09). Se aprovada, o primeiro-ministro Boris Johnson será obrigado a estender a data limite para o Brexit se o Parlamento não aprovar um acordo apresentado pelo governo ou uma proposta de Brexit sem acordo algum.

Após o resultado, o premiê criticou a decisão da maioria e confirmou que o partido conservador irá propor ainda nesta terça-feira uma emenda para convocar eleições gerais.

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“Isso aprovado [extensão do prazo], entregaria o domínio das negociações à União Europeia e isso significa mais atraso e mais confusão. Eu não quero uma eleição, o povo não quer uma eleição e eu acredito que o cavalheiro [Jeremy Corbyn] não quer uma eleição, mas se a Casa votar por essa emenda amanhã o povo terá que decidir quem vai a Bruxelas em 17 de outubro para resolver isso e levar esse país adiante”, disse.

Johnson criticou o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, e voltou a afirmar que não quer eleições gerais, “mas se os parlamentares votarem amanhã para parar as negociações e obrigar outro atraso sem sentido  para o Brexit, potencialmente por anos, então isso será a única solução”.

Por sua vez, o líder dos trabalhistas celebrou o resultado e garantiu que “não há consentimento nesta Casa em deixar a União Europeia sem um acordo”. Corbyn ainda concordou com a proposta de moção para eleições gerais, mas desafiou Johsnon e disse que os trabalhistas só apoiarão um novo pleito se a emenda pela extensão for aprovada. 

“Ele quer registrar uma moção por eleições gerais. Tudo bem: aprove a emenda primeiro para retirar a possibilidade [de um Brexit] sem acordo da mesa”, disse.

Após aprovação por 328 votos a 301 da votação de uma emenda que pode impedir Brexit sem acordo, Boris Johnson apresentou uma moção pedindo eleições gerais

UK Parliament

Boris Johnson apresentou uma moção pedindo eleições gerais

Sem maioria

O partido conservador, liderado por Boris Johnson, perdeu nesta terça-feira a maioria no Parlamento após o deputado Phillip Lee literalmente abandonar a bancada conservadora, atravessar a Casa e se sentar na fileira dos oposicionistas Liberais Democratas durante um discurso do premiê.

A coalizão dos tories com o direitista DUP (Partido Unionista da Irlanda do Norte) agora ficou com 319 assentos no Parlamento, contra 320 ocupados pelas legendas de oposição.

Johnson condenou a saída de Lee e disse que ela faz parte de um plano para os oposicionistas aprovarem a proposta que busca evitar uma saída da UE sem acordo, chamado pelo conservador de “a emenda da rendição”.

Suspensão do Parlamento

Na última terça-feira (28/08), Johnson teve seu pedido de suspender o Parlamento até 14 de outubro acatado pela rainha Elizabeth II.

A decisão gerou uma série de protestos em diversas cidades do país no último final de semana. Aos gritos de “parem o golpe” e “salvem a democracia”, os britânicos encararam a decisão como uma forma do premiê dificultar as atividades dos parlamentares que se opõem ao Brexit sem acordo.