“A hora da verdade está próxima e o momento decisivo chegou quando o povo egípcio pronunciou sua palavra final reafirmando a necessidade de derrubar [Hosni] Mubarak e mudar seu regime”, afirmou o Partido Comunista Egípcio em nota divulgada na terça-feira (01/02), antes do discurso de Mubarak, em que o presidente garantiu que não se candidatará às próximas eleições.
Para a organização, o pedido do governo norte-americano pela saída de Mubarak e o apelo feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação ao início imediato de uma transição “ordenada, significativa e pacífica” significa o fim do regime “tirano” no Egito e o sucesso da revolução.
Segundo o texto, agora é necessário criar uma comissão presidencial que dê confiança à população e execute as mudanças políticas, econômicas e sociais exigidas nas manifestações. Após a destituição de Mubarak, o Partido Comunista considera essencial a formação de um governo de coalizão que assuma a administração do país durante o período de transição.
Leia mais:
Manifestantes no Egito preparam 'Dia da Partida' de Mubarak
Uma nova verdade desponta no mundo árabe
Irmandade Muçulmana é alternativa real à crise no Egito, diz analista britânico
Jornalistas brasileiros são detidos, vendados no Egito e obrigados a voltar para o Brasil
Posteriormente, uma assembleia constituinte eleita deve ser encarregada de elaborar uma nova constituição para o país, baseada no princípio da soberania nacional e que garanta a descentralização do poder nos marcos de um Estado civil, justo e democrático.
Por fim, o Partido Comunista Egípcio reitera a importãncia de punir os responsáveis pelas centenas de mortos e feridos durante os conflitos nas manifestações, bem como responsabilizar os culpados pelos roubos e danos das múmias no Museu Nacional do Cairo, localizado na praça Tahrir, centro dos protestos.
O Partido
O Partido Comunista egípcio foi criado em 1922, mas até hoje atua na clandestinidade. Influente nos setores sindicais e estudantis, foi dissolvido em meados dá decáda de 1960 e, em seguida, refundado em 1975.
Atualmente é um dos principais organizadores das manifestações, que desde janeiro tomaram as ruas das principais cidades do país para pedir a destituição de Mubarak.
Baseado em ideais como liberdade e justiça, o Partido Comunista Egípcio luta pelo estabelecimento da democracia no país e a libertação dos países árabes. Entre seus objetivos está o desenvolvimento econômico e cultural do Egito, bem como a conquista da igualdade social entre a população egípcia, levanto em conta as especificidades nacionais e a realidade do país.
Leia na íntegra o comunicado do Partido Comunista Egípcio:
A hora da verdade está próxima e o momento decisivo chegou quando o povo egípcio pronunciou sua palavra final reafirmando a necessidade de derrubar Mubarak e mudar seu regime. Parece que o regime de tirania está vivendo seus últimos momentos, especialmente porque os amos norte-americanos o abandonaram como consequência da revolução em marcha do povo e de sua escalada por toda parte no Egito.
Os milhões de pessoas que saíram hoje às ruas para exigir a saída de Mubarak irão garantir a derrota de todas as conspirações do ditador e de sua camarilha que visam desarticular a revolução e contorná-la.
O acordo para formar um comitê que goze da confiança do povo e dos manifestantes é uma questão crucial para a conquista das demandas políticas, econômicas e sociais da revolução. Enfatizamos as exigências básicas aprovadas pelas forças patrióticas representadas no parlamento do povo:
– A destituição de Mubarak e a formação de um conselho presidencial para um período de transição de duração específica.
– A formação de um governo de coalizão que assuma a administração do país durante o período de transição.
– Convocação de uma assembleia constituinte eleita encarregada de elaborar uma nova constituição para o país, baseada no princípio da soberania nacional e que garanta a descentralização do poder nos marcos de um Estado civil, justo e democrático.
– Processar os responsáveis pelas centenas de mortos e feridos entre os mártires da Revolução e vítimas da repressão dos órgãos de segurança, bem como processar os responsáveis pelo roubo da riqueza produzida pelo povo egípcio.
Viva a revolução do povo egípcio!
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL