* Atualizada às 18h28
Os resultados oficiais das eleições gerais na Turquia deste domingo (07/06) deram ao islamita AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), do presidente Recep Erdogan, obteve 40,8% dos votos. Embora vitorioso, o resultado dificultará a intenção da legenda de governar sozinha o país, representa revés ao partido que, pela primeira vez desde que chegou ao poder, em 2002, perderá a maioria absoluta no Legislativo.
Feito inédito foi obtido pelo HDP (Partido Democrático do Povo), legenda esquerdista opositora e pró-minoria curda, que, com 12,9% dos votos, superou os 10% impostos pela cláusula de barreira da legislação eleitoral turca. É a primeira vez que um partido declaradamente favorável à minoria consegue representação no parlamento — antes, o HDP (que passou a concorrer em 2015 como partido com lista única) só tinha representação política através de candidatos independentes.
O resultado histórico obtido pelo HDP, ao qual se atribui, inclusive, a queda no desempenho do governista AKP, se deve não só ao apoio em massa da população curda do sudeste do país, mas também pelo importante respaldo da esquerda laica em toda a Turquia.
Agência Efe
Com cerca de 80% das urnas apuradas, islamita AKP lidera com 43%, seguido pelo opositor secular CHP, com 24%
De acordo com os escrutínios finais, a segunda força política será o social-democrata CHP (Partido Republicano do Povo), com 25,1%; seguido pela extrema-direita nacionalista MHP (Partido da Ação Nacionalista), com 16,4%.
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O resultado preliminar é tido como uma derrota para a legenda governista AKP, no poder desde 2002. O objetivo do partido era pelo menos manter a maioria absoluta — na legislatura atual, tinham 311 das 550 cadeiras; agora, a projeção é de 265 assentos.
A pretendida maioria qualificada (superando 60%) no Legislativo fazia parte dos planos do presidente Erdogan para convocar um plebiscito sobre o sistema político do país, com o objetivo de mudar a Constituição dando mais poderes à Presidência — atualmente, é o primeiro-ministro que comanda o governo turco.