Com 75,56% das urnas apuradas nas eleições legislativas na Colômbia, o Partido de la U, do presidente Álvaro Uribe, havia obtido 20,7% dos votos e manterá a maioria no Congresso, seguido de perto pelo Partido Conservador, com 18,5%. Os quase 2,5 mil candidatos registrados concorrem a 102 cadeiras no Senado e a 166 na Câmara dos Representantes da Colômbia.
“São resultados excepcionais. A votação de nosso partido cresceu mais de 70%. Esses resultados nos consolidam novamente como a principal e maior força política de nossa nação”, disse o ex-ministro da Defesa e candidato à presidência, Juan Manuel Santos em entrevista coletiva após a confirmação da vitória governista. Para ele, o pleito significou “um voto de apoio às políticas do presidente Uribe e um pedido para se manter trabalhando por sua continuidade e melhoramento”, ressaltando que seu partido obteve mais de 2,5 milhões de votos.
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Santos foi ovacionado como 'homem forte' do partido, já que Uribe, que está concluindo o segundo mandato como presidente, ficou de fora das próximas eleições. O Supremo Tribunal colombiano rejeitou a possibilidade de estender o número de mandatos presidenciais.
O Partido Conservador, aliado do governo Uribe, ficou em segundo lugar por uma margem relativamente estreita, o que leva o Partido de la U a cogitar uma nova aliança dos dois partidos.
Paramilitares
O terceiro lugar foi para o Partido Liberal, com 13,8% dos votos, mas a surpresa foi a futura quarta força no Congresso: o PIN (Partido de Integração Nacional). O partido foi criado em 2009 depois que a autoridade eleitoral proibiu a participação nas eleições de partidos envolvidos na chamada “parapolítica”, escândalo pelo qual um terço dos legisladores escolhidos em 2006 foram investigados, presos ou condenados por relações com paramilitares.
Paramilitares são organizações que têm estrutura e disciplina como a do exército, mas não integram as forças armadas. Na Colômbia, os grupos se organizaram nos anos 1970 para combater guerrilhas de esquerda e atualmente são acusados de promover massacres e assassinatos, e de ligação com partido políticos.
O PIN é formado por parentes, amigos e aliados dos congressistas envolvidos no escândalo, a grande maioria deles próxima a Uribe. Conforme a apuração, eles poderiam ter até quatro cadeiras no Parlamento.
Na sequência, está o partido Mudança Radical, criado pelo dissidente liberal e candidato à Presidência Germán Vargas Lleras, com 6,5% dos votos, e o esquerdista Polo Democrático Alternativo (PDA), que obteve 6,3% dos votos.
Irregularidades
O dia de eleições foi marcado por várias denúncias de irregularidades, especialmente por compra de votos e incidentes isolados como a explosão de um carro-bomba no departamento de Antioquia, que provocou a morte de um homem.
Além disso, um caminhão carregado de explosivos foi apreendido no departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela, assim como diversos armamentos foram confiscados em Nariño, região vizinha ao Equador.
Em algumas regiões, faltou transporte para que os eleitores pudessem comparecer às urnas.
A votação também foi um pouco confusa, porque muitos eleitores tiveram dificuldades ao usar as cédulas eleitorais. Para votar, eles tinham de memorizar e ter certeza de qual era o número dos candidatos favoritos (entre os quase 2,5 mil), pois não apareciam seus nomes nem suas fotografias.
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