Durante a nova rodada de consultas, o secretário do Partido Democrático (PD), Nicola Zingaretti, defendeu nesta quarta-feira (28/08) junto ao presidente italiano, Sergio Mattarella, “a necessidade de criar um novo governo com maioria política” e aceitou que o Movimento 5 Estrelas (M5S) indique o nome de Giuseppe Conte para um segundo mandato como primeiro-ministro da Itália.
“À luz do equilíbrio parlamentar, dissemos ao presidente que aceitamos a proposta do M5S de indicar, como partido relativo majoritário, o nome do presidente do Conselho de Ministros”, explicou Zingaretti após a reunião.
A indicação de um premiê era o principal entrave enfrentado pelos partidos para chegar a um consenso para formar uma nova coalizão e deixar a Liga Norte, de Matteo Salvini, fora do governo, impedindo a convocação de novas eleições.
Nos últimos dias o M5S defendeu o nome do atual premiê demissionário para ser mantido no cargo. No entanto, o PD demonstrou resistência, mas retirou o veto nesta terça-feira (27/08). Na ocasião, o vice-premiê e ministro do Desenvolvimento Econômico também afirmou que submeteria o programa de governo em conjunto à votação na plataforma online do M5S.
“Confirmamos com firmeza a necessidade de construir um governo revolucionário e descontínuo”, acrescentou secretário da legenda de centro-esquerda.
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Secretário do Partido Democrático, Nicola Zingaretti, defendeu ‘a necessidade de criar um novo governo com maioria política’
Segundo Zingaretti, a coalizão é necessária para a Itália ter “um governo para aqueles que estão procurando emprego e querem realizar um projeto de vida” no país.
“Um governo que abraça uma clara descontinuidade de receitas econômicas em uma chave redistributiva e de equidade social” e que promove o desenvolvimento econômico “verde”, explicou. Para o socialdemocrata, o governo com o M5S trará “um novo desafio, o início de uma nova temporada civil, social e política”.
“Nós amamos a Itália e acreditamos que vale a pena experimentar esta experiência”, disse Zingaretti, ressaltando que pretende “acabar com a temporada de ódio, ressentimento e medo”.
A luz “verde” para a coalizão com o M5S provocou algumas críticas por parte de membros do PD e do partido Irmãos da Itália (FDI). O ex-ministro Carlo Calenda renunciou ao cargo de líder do partido de centro-esquerda, enquanto que o FDI decidiu “tomar as ruas” se o governo nascer. “Vamos convidar os italianos para a piazza Montecitorio no dia em que eles votarão por sua confiança no governo do M5S-PD”, afirmou Giorgia Meloni no final das consultas.
*Com ANSA