O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse nesta quinta-feira (07/02) em audiência no Congresso que o Pentágono apoiou um plano para armar membros da oposição síria. A ideia teria sido lançada ano passado pelo então diretor da CIA, a agência de inteligência norte-americana, David Petraeus, com o apoio da ex-secretária de Estado Hillary Clinton. A informação é do jornal The New York Times.
Panetta presta esclarecimentos à Comissão de Serviços Armados do Senado, que apura o ataque ao consulado norte-americano em Benghazi, na Líbia, em setembro do ano passado. Também estava presente à audiência o general Martin E. Dempsey, oficial que ocupa o posto mais elevado na hierarquia militar dos EUA.
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O senador republicano John McCain perguntou se os dois apoiaram a recomendação de que armas deveriam ser providenciadas para a resistência na Síria. A resposta de ambos foi afirmativa. A Casa Branca, no entanto, tinha preocupações sobre os riscos de se envolver mais profundamente na crise na Síria. E com o presidente Barack Obama em meio a uma campanha para a reeleição, o plano foi rejeitado.
Depois da reunião, McCain parabenizou a postura dos comandantes do Pentágono e criticou a do presidente, por não autorizar o envio de armas aos rebeldes sírios. “Isso significa que o presidente desconsiderou os líderes de sua própria equipe nacional de segurança”.
Líbia
Panetta defendeu a resposta dos EUA ao ataque em Benghazi. Ele insistiu que não houve sinais específicos de um ataque iminente à missão diplomática que matou o embaixador Chris Stevens e três outros norte-americanos. Mas logo depois do ataque inicial, Panetta enviou várias equipes militares para Benghazi, incluindo marines da Espanha e uma força especial que estava treinando na Europa Central.
O testemunho dele ocorre mais de três meses após republicanos acusarem Obama de ter ignorado sinais de uma deterioração da segurança em Benghazi e considerar um ato de terrorismo como mero protesto sobre um vídeo antimuçulmano no calor da campanha presidencial dos EUA. Funcionários de Washington suspeitam que militantes ligados à Al-Qaeda realizaram o ataque.
Perguntando sobre por que mais poder de fogo, como helicópteros ou jatos de caça, não foi enviado, ele disse que eles não estavam nas proximidades e seria preciso pelo menos entre 9 e 12 horas para serem enviados. “Foi simplesmente um problema de distância e tempo”, afirmou.