A presidente do Peru, Dina Boluarte, ordenou na última sexta-feira (24/02) a retirada definitiva do embaixador do seu país no México e, desta forma, as relações entre as duas nações ficam formalmente ao nível dos gestores empresariais.
“Ordenei a retirada definitiva de nosso embaixador nos Estados Unidos Mexicanos”, enfatizou Boluarte por meio de uma aparição na rede nacional de televisão.
El Gobierno de Perú ha dispuesto el retiro definitivo de su embajador en los Estados Unidos Mexicanos y de esta manera, las relaciones diplomáticas entre el Perú y México quedan formalmente a nivel de Encargado de Negocios. pic.twitter.com/bINvDWKfRx
— Presidencia del Perú ?? (@presidenciaperu) February 25, 2023
A decisão foi tomada como repúdio às declarações feitas também nesta sexta pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, em seu habitual programa matinal, onde reiterou seu apoio ao povo peruano e ao ex-presidente Pedro Castillo, que em 7 de dezembro foi destituído como presidente constitucional pelo Congresso, que por sua vez nomeou Boluarte -que era a vice-presidente – como a novo chefe de Estado.
Twitter/Presidencia del Perú
Presidente do Peru Dina Boularte (no meio) faz anúncio em rede nacional de televisão
Boularte acusou López Obrador de violar com suas declarações “o princípio de não ingerência nos assuntos internos, assim como os referentes à defesa e promoção da democracia”.
Em dezembro passado, o governo peruano já havia expulsado do país Pablo Monroy, que se desempenhava como embaixador do México em Lima.
Segundo a imprensa peruana, o diplomata foi declarado “persona non grata” no país sul-americano, por ter ajudado a ex-primeira-dama Lilia Paredes, esposa de Pedro Castillo, a conseguir asilo na embaixada mexicana, junto com os dois filhos do casal.
Desde a nomeação da atual chefe de Estado, no Peru os movimentos sociais permanecem nas ruas em repúdio ao seu governo e exigindo eleições gerais, o fechamento do Congresso e a libertação de Castillo, que está preso acusado do suposto crime de rebelião.
Os protestos que começaram em 7 de dezembro já causaram um saldo de mais de 60 mortes e dezenas de feridos e prisões, devido às fortes repressões.
(*) Com TeleSUR