O presidente do Peru, Pedro Castillo, nomeou sete novos ministros de governo na noite desta quarta-feira (06/10) logo após a renúncia do então premiê Guido Bellido.
Para o cargo de Bellido, o mandatário empossou Mirtha Vázquez, advogada ambientalista que já foi deputada e chegou a presidir o Congresso peruano durante a crise sucessória iniciada em novembro de 2020 após a destituição do ex-presidente Martín Vizcarra.
“Agradeço a confiança do presidente Pedro Castillo para trabalhar pelo governo do Peru e pelas reformas que o país necessita, por este país de mulheres e homens que lutam por viver com dignidade, sem discriminação e que promovam mudanças reais”, disse a nova premiê.
Ao anunciar as mudanças, Castillo falou em preservar a governabilidade e respeitar o equilíbrio entre os Poderes. Com apenas 70 dias de funcionamento, o governo do presidente recém-eleito vem enfrentando pressões da direita e da extrema direita por mudanças nos rumos da gestão que, segundo as palavras da oposição, tornem o mandato mais “moderado”.
Apesar das trocas ministeriais, Castillo deixou claro, em pronunciamento feito nesta quarta, que “a questão de confiança e a moção de censura não deveriam ser usadas para criar instabilidade política”.
Presidencia Peru
Trocas ministeriais foram criticadas pelo Peru Livre, que considerou as nomeações como ‘uma traição’
Entre as mudanças feitas no gabinete de Castillo, estão a chefia da pasta da Educação, que será comandada por Carlos Gallardo, e no Ministério do Interior, que terá a chefia de Luis Roberto Varranzuela.
A deputada do Peru Livre Betsy Chávez foi nomeada para o Ministério do Trabalho e Eduardo González será o novo ministro de Minas e Energia. Para o Ministério da Produção foi nomeado José Incio e para a pasta da Cultura foi nomeada Gisela Ortiz.
Bancada governista rechaça trocas
A bancada do partido Peru Livre no Congresso criticou duramente as mudanças anunciadas por Castillo e disse que o governo se afasta do projeto original pelo qual foi eleito.
Em entrevista à imprensa peruana, o deputado do partido governista Waldemar Cerrón disse que os congressistas da legenda “não respaldam esse gabinete” e consideram essas mudanças como “uma traição”.
“Queremos dizer de forma contundente ao povo peruano que a bancada do Peru livre não respalda esse gabinete porque consideramos que é uma traição a todas as maiorias que esperaram durante muitos anos para chegar ao poder”, disse o parlamentar.