O Congresso Nacional peruano deu nesta quarta-feira (09/03) voto de confiança para o novo gabinete ministerial do governo de Pedro Castillo, liderado por Aníbal Torres, poucas horas depois que um grupo de parlamentares da oposição apresentou pela segunda vez um pedido de impeachment contra o presidente peruano.
Após a sessão plenária que durou cerca de nove horas, os membros do Poder Legislativo peruano concederam, com 64 votos a favor, 58 contra e duas abstenções, o voto de confiança ao quarto gabinete ministerial do atual governo, que assumiu em 28 de julho de 2021.
Esta última recomposição ministerial ocorreu uma semana após Castillo ter nomeado um terceiro gabinete, até então liderado por Héctor Valer, ex-membro do partido de extrema direita Renovação Popular.
Valer foi alvo de críticas após a imprensa peruana divulgar que ele foi acusado, em 2016, de ter agredido a filha e a ex-mulher, algo que ele negou. Por esse motivo, o gabinete sequer chegou a pedir voto de confiança ao Parlamento.
Presidencia Peru/Flickr
Castillo mudou gabinete pela 4º vez, e é acusado pela oposição de supostos atos corruptos e ‘falta de capacidade moral pra governar’
Os grupos mais conservadores da Câmara, em sua maioria dominados por membros dos partidos Fuerza Popular, Avanza País e Renovación Popular, deram voto contrário à nova recomposição.
A oposição critica uma suposta falta de capacidade de Castillo em nomear seus ministros e uma suposta ligação do presidente com atos de corrupção. É essa a retórica defendida também no documento que pede o impeachment do mandatário, alegando que ele é “moralmente inapto para o cargo”.
O texto precisa de 52 votos para começar a tramitar no parlamento. Caso aprovado, o presidente ou seu advogado de defesa, devem comparecer ao plenário do Legislativo para responder às acusações contra ele.
O líder dos ministros, Aníbal Torres afirma reconhecer que o governo possa ter cometido erros, e assegurou ser necessário corrigi-los. Mas criticou que as palavras “medíocre, inútil, incapaz, improvisado e corrupto” tenham sido usadas em plenário para descrever o seu Gabinete.
Em dezembro, o Congresso barrou a moção que pedia o impeachment do presidente, por 76 votos contra, 46 a favor e quatro abstenções.
(*) Com TeleSur.