O Peru entrou nesta segunda-feira (29/01) no quinto dia de greve contra a privatização das entradas do sítio arqueológico de Machu Picchu. Representantes do poder Executivo se reuniram em Cusco neste domingo (28/01), mas as negociações com as lideranças do Coletivo Popular do Distrito de Machu Picchu não avançaram.
Os manifestantes bloqueiam uma ferrovia que liga o local inca de Machu Picchu à cidade de Ollantaytambo.
O coletivo divulgou uma nota depois do encontro afirmando que a greve vai continuar até que seja cancelado o contrato de terceirização com a empresa Joinnus. Participaram da reunião os ministros Jordi Hereu (Turismo), Leslie Urteaga (Cultura) e Albina Ruiz Ríos (Meio Ambiente), além do governador de Cusco, Werner Salcedo Álvarez.
Para promover as privatizações no sistema de venda de ingressos, o governo alega que há um rombo de 8 milhões de soles (R$ 10,36 milhões na cotação atual) na venda de ingressos para a entrada no parque em 2023. A plataforma era administrada pela Direção Descentralizada de Cultura de Cusco.
Cusco En Portada/Twitter
Manifestantes bloqueiam ferrovia que liga local inca de Machu Picchu à cidade de Ollantaytambo
O coletivo afirma que a empresa vai ganhar 13 milhões de soles (R$ 16,87 milhões na cotação atual) por ano com o novo contrato e convocou para esta terça-feira (30/01) uma reunião com representantes do governo de Cusco.
De acordo com o governo peruano, 660 pessoas deixaram o parque por trem no domingo (28/01). As autoridades locais ainda não divulgaram quantos turistas ainda estão no sítio arqueológico.
Machu Picchu é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1983 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Foi construído no século XV pelo império inca, então comandado por Pachacútec (1438-1470).