A Comissão de Relações Exteriores do Congresso do Peru aprovou uma declaração em repúdio à suposta espionagem realizada por um militar peruano em favor do Chile. O texto será enviado aos países-membros da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos), segundo informou o parlamentar e ex-chanceler peruano Luis González Posadas. O governo peruano também anunciou que pedirá à Interpol (polícia internacional) que investigue o caso.
“Foi aprovada uma declaração que contém três pontos. Primeiro, repudiar a espionagem chilena; segundo, denunciar a política armamentista por parte do governo deste país; e terceiro, ratificar a política pacifista e integradora do Peru”, afirmou.
A declaração foi aprovada após os ministros peruanos das Relações Exteriores, José Antonio García Belaúnde, e da Defesa, Rafael Rey, comparecerem à sessão da Comissão de Relação Exteriores do Congresso.
Na semana passada, a imprensa peruana divulgou que o suboficial da Força Aérea do país (FAP) Victor Ariza Mendoza foi preso no dia 30 de outubro, acusado de fornecer informações sigilosas ao país vizinho. Ele receberia entre 8,5 mil e 13,6 mil reais por mês para repassar diversos dados do país, como a lista de compras da FAP até o ano de 2010.
“Inveja”
Santiago nega que tenha contratado militares peruanos para tal atividade. Ontem (17), a presidente chilena, Michelle Bachelet, criticou as declarações do peruano Alan García, que classificou como “repulsivas”, e pediu “respeito e responsabilidade”.
García afirmou hoje, em tom irônico, que o Chile espia o Peru “por inveja”, devido ao crescimento econômico do país.
As denúncias intensificaram as tensões entre Chile e Peru, que já possuem um processo no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, pela reconfiguração dos limites marítimos.
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