Terça-feira, 15 de julho de 2025
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A organização Novo Peru se reuniu, ao lado de outros movimentos sociais, em uma manifestação no centro histórico de Lima, capital peruana, na última quinta-feira (08/12) para exigir uma Assembleia Constituinte e novas eleições, a fim de superar a crise política no país

Os movimentos, compostos por apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo, que está na prisão após ser impugnado pelo Congresso na quarta-feira (07/12), rejeitam a nomeação de Dina Boluarte como mandatária, e pedem que as eleições gerais sejam antecipadas.

As organizações não aceitaram a trégua solicitada por Boluarte aos grupos de oposição, e apontam que a atual presidente peruana pode implementar políticas que não favorecem as classes populares.

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Nas redes sociais, foram transmitidos vídeos de policiais atacando manifestantes que estavam reunidos na Praça San Martín, no centro histórico de Lima. A mídia peruana divulgou que houveram diversas manifestações em diferentes áreas do país, como a rodovia Panamerica Sur, Ica, Arequipa e Tacna, exigindo o encerramento do Congresso e a convocação de novas eleições.

Carta do 'Novo Peru'

O movimento social também divulgou uma carta, chamada “Devolver o poder ao povo: novas eleições com novas regras e nova Constituição”, onde defendeu, também, que os peruanos se mobilizem neste momento de crise política.

A nota aponta as dificuldades que o governo Castillo enfrentou, dizendo: “desde o início do governo do ex-presidente Pedro Castillo, a maioria parlamentar antidemocrática e racista pretendeu desconhecer a vontade popular e afastar o presidente em pelo menos três oportunidades, além de haver mudado a Constituição para capturar o poder sem passar pelas urnas”.

Organização 'Novo Peru' fez parte de protestos contra o novo governo na última quinta-feira (08/12) e redigiu uma carta para enfrentar crise

Nuevo Peru/Twitter

Manifestação do movimento social ‘Novo Peru’ em novembro de 2022

O Novo Peru, no entanto, também reconhece que Castillo abandonou “suas promessas”, e se adaptou a um “piloto automático neoliberal”, fazendo “pactos com bancadas que lhe asseguraram uma sobrevivência a alto custo” que “terminou com sua tentativa falida de perpetrar um golpe de Estado”.

Por fim, o movimento defende quatro passos para enfrentar a crise política no país: “que a presidente Dina não permita que o golpismo parlamentar governe através dela ou de seu gabinete presidencial anunciado como de ‘ampla base’, que é sinônimo de pacto com as forças reacionárias do Peru e do Congresso”.

E continuou: “que tome medidas urgentes para atender a grave seca que afeta às famílias de agricultores do país e que nos coloca sob ameaça de uma crise alimentar; que tome medidas urgentes para reduzir os altos custos dos alimentos e dos combustíveis, entre outras demandas emergenciais; que se convoquem novas eleições gerais, com novas regras, que permitam uma disputa realmente democrática, plural e participativa; e que o povo seja consultado, mediante referendo, sobre a convocatória de uma Assembleia Constituinte que elabore uma nova Constituição”.