A organização Novo Peru se reuniu, ao lado de outros movimentos sociais, em uma manifestação no centro histórico de Lima, capital peruana, na última quinta-feira (08/12) para exigir uma Assembleia Constituinte e novas eleições, a fim de superar a crise política no país
Os movimentos, compostos por apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo, que está na prisão após ser impugnado pelo Congresso na quarta-feira (07/12), rejeitam a nomeação de Dina Boluarte como mandatária, e pedem que as eleições gerais sejam antecipadas.
As organizações não aceitaram a trégua solicitada por Boluarte aos grupos de oposição, e apontam que a atual presidente peruana pode implementar políticas que não favorecem as classes populares.
Nas redes sociais, foram transmitidos vídeos de policiais atacando manifestantes que estavam reunidos na Praça San Martín, no centro histórico de Lima. A mídia peruana divulgou que houveram diversas manifestações em diferentes áreas do país, como a rodovia Panamerica Sur, Ica, Arequipa e Tacna, exigindo o encerramento do Congresso e a convocação de novas eleições.
Carta do 'Novo Peru'
O movimento social também divulgou uma carta, chamada “Devolver o poder ao povo: novas eleições com novas regras e nova Constituição”, onde defendeu, também, que os peruanos se mobilizem neste momento de crise política.
¡Devolver el poder al pueblo!
Nuevas elecciones con nueva reglas y nueva constitución ????? pic.twitter.com/qvqfKqI3yB— Nuevo Perú (@NuevoPeruMov) December 8, 2022
A nota aponta as dificuldades que o governo Castillo enfrentou, dizendo: “desde o início do governo do ex-presidente Pedro Castillo, a maioria parlamentar antidemocrática e racista pretendeu desconhecer a vontade popular e afastar o presidente em pelo menos três oportunidades, além de haver mudado a Constituição para capturar o poder sem passar pelas urnas”.
Nuevo Peru/Twitter
Manifestação do movimento social ‘Novo Peru’ em novembro de 2022
O Novo Peru, no entanto, também reconhece que Castillo abandonou “suas promessas”, e se adaptou a um “piloto automático neoliberal”, fazendo “pactos com bancadas que lhe asseguraram uma sobrevivência a alto custo” que “terminou com sua tentativa falida de perpetrar um golpe de Estado”.
Por fim, o movimento defende quatro passos para enfrentar a crise política no país: “que a presidente Dina não permita que o golpismo parlamentar governe através dela ou de seu gabinete presidencial anunciado como de ‘ampla base’, que é sinônimo de pacto com as forças reacionárias do Peru e do Congresso”.
E continuou: “que tome medidas urgentes para atender a grave seca que afeta às famílias de agricultores do país e que nos coloca sob ameaça de uma crise alimentar; que tome medidas urgentes para reduzir os altos custos dos alimentos e dos combustíveis, entre outras demandas emergenciais; que se convoquem novas eleições gerais, com novas regras, que permitam uma disputa realmente democrática, plural e participativa; e que o povo seja consultado, mediante referendo, sobre a convocatória de uma Assembleia Constituinte que elabore uma nova Constituição”.