A deputada Kelly Portalatino apresentou nesta sexta-feira (13/01) uma denúncia constitucional contra todos os ministros da presidente peruana Dina Boluarte, no contexto de protestos sociais que já deixaram 47 pessoas mortas [46 civis e um policial].
Portalatino é líder da bancada do partido Peru Livre, apresentou a denúncia perante a Subcomissão de Acusações Constitucionais do Congresso.
A parlamentar acusou o gabinete ministerial liderado por Alberto Otárola, chefe do Conselho de Ministros, pela suposta prática dos crimes de homicídio e ferimentos graves contra cidadãos peruanos na cidade de Juliaca, no dia 9 de janeiro. Naquela jornada, a repressão da Polícia Nacional terminou com 17 civis mortos – também faleceu um policial.
“Pedimos por meio de processo parlamentar especial que se determinem as eventuais responsabilidades que esses funcionários possam ter incorrido”, diz o documento protocolado pela deputada.
A denúncia também alega que os ministros violaram o artigo 1º da Constituição, que diz que “a defesa da pessoa humana e o respeito à sua dignidade constituem o objetivo supremo da sociedade e do Estado”.
Rádio Titanka
Congressista Kelly Portalatino denunciou todos os ministros da presidente peruana
Também foi mencionado o artigo 44, que se refere a “plena vigência dos direitos humanos, protegendo a população de ameaças à segurança e promovendo o bem-estar geral que se baseia na Justiça”.
Caso a denúncia seja aprovada pelo Congresso, todo o gabinete ministerial da presidente Boluarte perderá o mandato, acrescentando mais um ingrediente na crise política que o Peru vive desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo, em 7 de dezembro de 2022.
Boluarte e três dos seus ministros estão sendo investigados pela Justiça peruana por sua possível responsabilidade pelas 47 mortes registradas nos últimos 35 dias – segundo estatísticas contabilizadas pela Coordenadora Nacional de Direitos Humanos do Peru (CNDDHH).
O caso está sendo liderado pela procuradora Patricia Bonavides, a mesma que comanda a investigação contra Castillo por possível crime de atentado contra as instituições – pelo qual este se encontra em prisão preventiva desde 7 de dezembro.
(*) Com RT News.