A presidente do Peru, Dina Boluarte, declarou nesta quinta-feira (15/12), em uma coletiva à imprensa local, que o debate para adiantar as eleições deve abordar um projeto que envolva eleições gerais, não somente presidenciais.
Segundo a mandatária, o governo submeterá ao Congresso uma proposta que visa programar as próximas eleições para abril de 2024, para escolher o novo (ou a nova) presidente e todos os 130 membros do Congresso unicameral peruano.
“Quero ratificar a proposta do meu governo de adiantar as eleições. A partir deste espaço conclamo o Congresso a tomar as melhores decisões para encurtar os prazos e fazer as reformas necessárias. Não pode haver espaço para o medo. Aqui todos temos que ceder, o Executivo e o Legislativo. Este país merece mais dos seus políticos”, disse Dina.
A presidente também se referiu aos protestos que têm sido diários no país desde o último sábado (10/12), afirmando que se tratam de manifestações “radicais e violentas”, e que o atuar da polícia até agora tem sido o correto – apesar do saldo de oito pessoas falecidas durante os atos, até o momento.
Twitter / Presidência do Peru
A presidente do Peru, Dina Boluarte, durante cúpula da APEC
“Nem a violência nem o radicalismo acabarão com um governo legal e legítimo. O Peru precisa de coragem, união e esperança para superar este momento. Este governo está ciente dessa responsabilidade, por isso dá prioridade a essa proposta de mudança do calendário eleitoral, atendendo à reivindicação dos cidadãos”, justificou.
Segundo o diário La República, a projeto governista de antecipação das eleições gerais foi preparado pelo novo ministro da Justiça do país, José Tello, e pelos congressistas Jaime Quito e Susel Paredes.
No entanto, o jornal também afirma que alguns setores da oposição pretendem apresentar uma proposta alternativa para concorrer com a da presidente.