O tradicional slogan dos souvenirs em Nova York está em perigo. Nas lojas, as camisetas “I love NY” competem agora com as estampadas com fotos do presidente Barack Obama, de sua mulher Michelle, e até das filhas, Sasha e Malia.
O turista que visita a cidade norte-americana pode escolher entre a camiseta com Obama sorrindo na frente do Capitólio, em Washington, a caneta Obama ou o calendário “The American first family”, com uma série de fotos da família mais famosa dos Estados Unidos. “Estou vendendo dezenas de calendários”, conta Sarah, uma jovem vendedora na avenida Broadway.
Os clientes, porém, não são franceses, italianos ou brasileiros. “A maioria é de norte-americanos”, revela.
Onze semanas depois de sua posse, em janeiro, Obama é mais popular do que nunca nos Estados Unidos. Apesar dos problemas provocados pelas nomeações no seu gabinete – várias pessoas tiveram de renunciar por terem fraudado o fisco americano – e dos constantes ataques dos republicanos, o primeiro presidente negro do país alcança níveis de aceitação históricos.
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Pesquisa
Uma pesquisa publicada ontem (7) pelo The New York Times em colaboração com a CBN News revela que o número de pessoas que considera que o país está sendo conduzido na direção certa saltou de 15% em janeiro, pouco antes da posse de Obama, para 39%.
Essa é a maior porcentagem desde fevereiro 2005, início do segundo mandato de George W. Bush, quando a economia estava forte.
A situação econômica constitui hoje a principal fonte de angústia do povo norte-americano. Cerca de 70 % dos entrevistados se declarou muito ou pouco preocupado que alguém no seu entorno familiar fique sem emprego nos próximos 12 meses. Quarenta por cento da população disse ter cortado os gastos supérfluos, enquanto 10% já tiveram que fazer recortes nas compras de primeira necessidade.
Apesar de achar que a recessão vai durar ainda um ano ou mais, a maioria considera que Obama não é responsável pela situação: 33% culpam Bush, 21 % as instituições financeiras e 11 % o Congresso.
A posse de Obama parece ter despertado otimismo. A porcentagem de pessoas que acham que a economia estava piorando diminuiu de 54% antes da posse para 34%. Em compensação, 20% consideram que a economia está melhorando, contra 7% na época.
Republicanos
A popularidade do presidente contrasta com o desempenho fraco dos republicanos na pesquisa. Dois terços dos norte-americanos declararam confiar mais em Obama do que nos republicanos do Congresso (20%) para tomar boas decisões sobre a economia.
Outro dado é mais impressionante ainda: 61% dos pesquisados confiam mais em Obama para cuidar na segurança do país (contra 27% a favor dos republicanos), uma qualidade que é tradicionalmente atribuída à oposição. Apenas 31% da população disse ter uma opinião favorável do partido republicano, a porcentagem mais baixa em 25 anos.
Mesmo apoiando fortemente Barack Obama, os norte-americanos não necessariamente apóiam todas as suas iniciativas. A recente aprovação do pacote de ajuda aos bancos, por exemplo, é reprovado por 58% dos pesquisados.
Ainda assim a comunicação do presidente conseguiu suavizar a oposição: parte dos entrevistados que pensa que o pacote beneficia a todos, em vez de apenas banqueiros, saltou de 29% em fevereiro para 47% agora. Setenta por cento considera que Obama se preocupa mais com os interesses dos cidadãos comuns do que com o das grandes corporações.
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