Após o anúncio, na última quinta-feira (30/11), da possível adesão brasileira à OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou que caso o convite seja aceito, o país não será limitado a uma cota de produção de petróleo uma vez que sua junção à organização será como observador.
“Não há cota [de produção petrolífera]. Jamais faríamos parte de uma organização que impõe cotas ao Brasil, a Petrobras é uma empresa de capital aberto e não podemos ter cotas”, afirmou o Prates.
Como membro observador, o Brasil faria parte de um grupo que inclui países sem direito de voto e aos quais não são impostos limites de produção.
Apesar das restrições, Prates considera as condições da adesão como “muito boas”, acrescentando que a medida seria fundamental para os esforços de transição energética da OPEP e do Brasil.
Ontem (30), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “confirmou nossa carta de cooperação” com a OPEP+ a partir de janeiro de 2024. No entanto, Prates disse hoje (1º) que “espera que o Brasil aceite formalmente o convite até junho”.
O comandante da grande petrolífera brasileira também afirmou que o Brasil ainda analisará as regras de funcionamento da plataforma para tomar uma decisão em junho de 2024.
Tania Regô/Agência Brasil
Como membro observador, Brasil faria parte de grupo que inclui países sem direito de voto e aos quais não são impostos limites de produção
Preço do petróleo
De acordo com o analista Aleksandr Potavin do grupo financeiro Finam, em entrevista à Spuntiknews, caso o Brasil decida pela adesão à OPEP+, os preços dos barris de petróleo podem tornar-se mais controláveis.
“A adesão à aliança de um grande produtor de petróleo pode ser considerada um fator positivo, uma vez que a parcela da produção dos países do cartel aumenta e, consequentemente os preços do petróleo se tornarão mais controláveis”, disse Potavin, acrescentando que em setembro a produção no Brasil foi de 3,672 milhões de barris de petróleo por dia.
O Brasil é o maior país produtor de petróleo da América Latina, concluiu o analista russo. Já a OPEP foi formada em 1960 com o objetivo de controlar a oferta mundial de petróleo e seu preço.
Em 2016, quando os preços do petróleo estavam particularmente baixos, a organização juntou forças com dez outros produtores de petróleo para criar a OPEP+, formada por mais de dez países, entre eles a Rússia e Arábia Saudita. O grupo se reúne regularmente para decidir a quantidade de óleo bruto que será comercializada no mercado mundial.
(*) Com Agência Brasil e Spuntiknews