No dia em que a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton desembarcou no Japão, em sua primeira viagem oficial ao exterior, o governo japonês anunciou que a recessão se consolidou no país: o PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre de 2008 retroagiu 12,7% em relação ao mesmo período de 2007 e 3,3% na comparação com o trimestre anterior. Foi a queda mais abrupta entre as economias desenvolvidas.
A redução da demanda mundial pelos produtos chineses e a desvalorização do dólar frente ao iene fizeram com que as exportações, responsáveis por 20% do PIB, caíssem 13,9% no último trimestre de 2008, especialmente de produtos da área de eletrônicos e de automação. Além disso, a demanda interna caiu.
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A produção industrial caiu em dezembro 9,8% com relação ao mês anterior, a maior queda desde 1953, ano em que o indicador começou a ser divulgado.
O ministro de Economia, Kaoru Yosano, reconheceu que o país enfrenta a pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial, com a balança comercial deixando de ser superavitária. Yosano, assim como outros membros do governo, acreditam que a receita para a crise está baseada em mudanças estruturais e no estímulo à economia com investimentos públicos.
Dinheiro público na praça
O governo anunciou que vai investir três trilhões de ienes (US$ 32,62 bilhões) para reverter os prejuízos dos grandes exportadores, enquanto o Banco do Japão vai assumir dívidas de empresas e ajudar o setor financeiro.
Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal Japan Times, o governo estuda ampliar o estímulo com um plano adicional de 20 trilhões de ienes (US$ 217,5 bilhões) para o ano fiscal 2009.
A “ameaça” norte-coreana
Hillary Clinton iniciou sua primeira viagem internacional como secretária de Estado hoje, em Tóquio. A visita vai durar três dias e, depois, ela segue para Indonésia, Coréia do Sul e China. O giro pela Ásia permitirá apresentar em detalhes a posição do governo Barack Obama sobre a crise econômica e o programa nuclear norte-coreano – “ameaça mais grave” para esta região do mundo, segundo Hillary afirmou antes de embarcar.
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