A divulgação de que os Estados Unidos planejaram atacar Cuba no final da década de 1970 devido ao apoio que o governo do presidente Fidel Castro deu às colônias africanas e a revelação de que, com o auxílio da mídia, o país criou um “grupo terrorista mais perigoso que o EI (Estado Islâmico) para justificar o ataque à Síria foram os destaques da semana em Opera Mundi.
Agência Efe
Bombardeios aéreos no Oriente Médio são legitimados pelo discurso da “ameaça iminente”
O Arquivo de Segurança Nacional dos EUA divulgou documentos inéditos com planos secretos dos Estados Unidos de invadirem Cuba. “Acho que nós devemos esmagar Castro. Mas provavelmente não podemos fazer isso antes das eleições presidenciais”, aconselhou Henry Kissinger ao então presidente, Gerald Ford (1974-1977), durante uma reunião de alto nível com autoridades de segurança em 24 de março de 1976. “Eu concordo”, respondeu o presidente.
Recentemente, por outro lado, a ampla divulgação na mídia norte-americana de que o grupo Khorasan, que estaria atuando na Síria, representaria uma ameaça ainda maior que o Estado Islâmico, foi usada para justificar o ataque à Síria. Mas os jornalistas Glenn Greenwald e Murtaza Hussain denunciaram, no artigo “The Khorasan Group: Anatomy of a Fake Terror Threat to Justify Bombing Syria” (ou, “O Grupo Khorasan: a Anatomia de uma Falsa Ameaça Terrorista para Justificar Bombardeios na Síria”), que a informação pode não passar de uma criação. Assim, a criação de narrativas como Khorasan justificariam o bombardeio a mais um país islâmico.
Agência Efe
Imagem de satélite cedida pela RAF (Forças Armadas da Inglaterra) revelam ataques a posições do EI entre Síria e Iraque
Em artigo, o professor Reginaldo Mattar Nasser comentou a indignação e o “realismo humanista” dos que criticaram o discurso da presidente Dilma Rousseff na ONU e apoiam a justificativa dos Estados Unidos para bombardear outro país. Dessa forma, “enquanto analistas disseminam o temor e o repúdio a grupos islâmicos, governos matam centenas de civis em ofensivas no Oriente Médio”, escreveu.
Também nos Estados Unidos, a informação de que um homem que viajou para a Libéria contraiu ebola e teve a doença manifestada já em solo norte-americano, tornando-se o primeiro caso da doença no país e fora da África, deixou a nação em alerta devido à informação de que pelo menos cem pessoas tiveram contato direto ou indireto com ele, incluindo crianças O governo da Libéria afirmou que o homem liberiano infectado pelo vírus será processado quando voltar para casa por supostamente ter mentido no questionário de triagem no aeroporto ao sair da África. Thomas Duncan respondeu “não” ao questionário que perguntava se ele havia tido contato com infectados.
Agência Efe
Após críticas, polícia adotou uma postura pacífica, sem tentar interferir na mobilização
Do outro lado do mundo, jovens chamaram a atenção da opinião pública internacional com a manifestação Occupy Central, que levou dezenas de milhares de pessoas às ruas para pedir mais democracia em Hong Kong. A dimensão dos protestos levou o vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, a pedir uma reunião com o embaixador chinês para expressar “consternação e alarme” com relação à postura adotada por Pequim, que classifica a mobilização como ilegal. Após o ataque de setores contrários à manifestação, estudantes suspenderam as conversas com Pequim.
NULL
NULL
Na América Latina, destacou-se o movimentado cenário político argentino que teve, em um mesmo dia, a renúncia do presidente do Banco Central, Juan Carlos Fábrega, e a confirmação, pela Justiça do país, do processo judicial contra o vice-presidente, Amado Boudou, acusado de falsificar documentos públicos de um automóvel de sua propriedade.
Haroldo Ceravolo Sereza
Protesto contra reforma previdenciária em La Paz, 1995
Às vésperas das eleições presidenciais da Bolívia, que serão realizadas no domingo (12/10), o diretor editorial de Opera Mundi, Haroldo Ceravolo Sereza, começa uma série sobre o país no blog Ágora, na Revista Samuel. A primeira postagem traz uma introdução sobre a década neoliberal e discute o surgimento do presidente e candidato à reeleição, Evo Morales, no cenário político boliviano.
Na Venezuela, o assassinato do deputado chavista Robert Serra e sua esposa, a facadas, gerou indignação no país. O ministro de Relações Interiores, Justiça e Paz, Miguel Rodríguez Torres, afirmou que não se trata de um crime comum, mas “um homicídio intencional, planejado e executado com grande precisão”. O presidente Nicolás Maduro e o secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas, Ernesto Samper, sugeriram que a ação pode ter envolvimento de paramilitares colombianos.