Um relatório oficial publicado nesta terça-feira (20/12) pela Inspetoria Real das Polícias concluiu que as forças britânicas de segurança pública poderiam ter utilizado armas de fogo legalmente durante os distúrbios sociais que ocorreram em agosto por todo o país.
De acordo com o estudo, o procedimento seria justificável pela “urgência dos riscos e da gravidade das consequências” desencadeadas por fenômenos de revolta pública.
Um dos casos de “riscos urgentes” discriminados pelo relatório diz respeito aos incêndios premeditados, que ocorreram, em agosto, em várias lojas que possuíam residências em seus pisos superiores.
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O uso de balas de borracha e canhões de água constituiu outro método tático que, segundo os inspetores, não foi utilizado de maneira satisfatória e, portanto, poderia ter sido utilizado em um maior “número de cenários”. A polícia poderia ter se valido dessas alternativas para conter o lançamento de bombas caseiras e o avanço de ataques violentos sobre comboios de ambulâncias e bombeiros.
Membros do Parlamento criticaram os procedimentos alegando que seriam usufruídos de modo “indiscriminado e perigoso”.
Despreparados
O relatório lembra que o uso de força já é autorizado pelas atuais convenções policiais do país, mas que comandantes foram prevenidos de utilizá-las devido à falta de treinamento dos oficiais.
Os canhões de água seriam uma solução válida para o problema, mas os inspetores ressalvam que só são efetivos aos pares e que cada um custa o equivalente a quase três milhões de reais.
Uma das principais razões pelas quais o distúrbio se alastrou teria sido, também, o número insuficiente de oficiais nas ruas.
Apoio popular
Denis O'Connor, chefe da Inspetoria Real das Polícias disse que uma pesquisa conduzida em setembro entre cerca de 2000 pessoas revela a aprovação popular sobre tais medidas.
Outro senso, contudo, conduzido pela London School os Economics em parceria com o jornal The Guardian aponta que a maioria da população reconhece na agressividade da polícia uma das principais raízes dos distúrbios de agosto.
Para Sophie Farthing, líder do movimento de promoção dos direitos humanos Liberty, acredita que “ainda há muito a ser considerado pela polícia e pelos parlamentares antes de incrementar o uso da força policial”.
Representante do Green Party na Metropolitan Police, Jenny Jones caminha na mesma linha eu Farthing: “respaldar o uso de munição fatal é aceitar táticas de guerra nas ruas de Londres; implementar esse tipo de proposta é loucura”.
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