Protestos e confrontos com a polícia marcaram o terceiro dia de encontros da XI Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Buenos Aires, na Argentina. Nesta terça-feira (12/12) manifestantes de diferentes setores políticos se reuniram nos arredores do Congresso por volta das 17h (18h de Brasília) onde foram reprimidos pelas forças policiais.
Tropas da Gendarmería, a força de segurança nacional da Argentina, e da polícia da cidade avançaram sobre os manifestantes, ação que resultou em seis pessoas detidas. Segundo fontes do Ministério da Segurança argentino, participaram da mobilização 2.500 pessoas, das quais 50 estavam “encapuzadas com pedras, facas e bombas de coquetel molotov”.
Estavam presentes no ato as organizações do Partido Trabalhista e a Esquerda Socialista, que contaram com o apoio de coletivos camponeses. Também estavam presentes a integrante da organização Mães da Praça de Maio Nora Cortiñas e o prêmio Nobel da Paz Adolfo Peréz Esquivel.
Reprodução Facebook/Partido Obrero
Manifestação contou com presença de integrante da organização Mães da Praça de Maio e do prêmio Nobel da Paz Adolfo Peréz Esquivel
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“Nós nos opomos a este tratado de livre comércio e à realização do encontro, que foi realizado no âmbito de deportações e restrições para ativistas de diferentes partes do mundo”, afirmou Patricio del Corro, integrante da Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT), se referindo ao fato de jornalistas estrangeiros serem proibidos de entrar no país pelo governo para cobrirem o encontro da OMC.
Deportações
A jornalista britânica Sally Burch, diretora executiva da Agência Latinoamericana de Informação (ALAI) e integrante do Fórum de Comunicação pela Integração da Nossa América (FCINA), foi impedida de entrar na Argentina no último domingo (10/12), data do iníco dos encontros da OMC.
A Chancelaria classificou Burch como “perturbadora”, usando o termo como justificativa para barrar sua entrada no país. A jornalista publicou uma carta pública dizendo que participou de inúmeros encontros internacionais como jornalista e ativista e nunca teve atitudes “perturbadoras”: “Por isso, a única explicação que posso encontrar para minha deportação da Argentina é que o governo acha 'perturbadores' minhas opiniões e minhas análises”, diz.