A polícia das Filipinas reconheceu nessa terça-feira (24/8) que cometeu erros durante a operação que deu um fim ao sequestro de um ônibus com 25 turistas na capital, Manila. No local, nove pessoas morreram, incluindo o sequestrador, um ex-policial expulso da corporação. A China pediu explicações às Filipinas e alertou seus cidadãos a não visitarem o país asiático – os passageiros do ônibus eram todos de Hong Kong.
O diretor da polícia, Leocadio Santiago, explicou que foi verificada uma série de erros durante a invasão ao veículo. “Vimos algumas deficiências óbvias em termos de capacidade e das táticas ou dos procedimentos empregados, e vamos investigar”, disse à imprensa.
Efe
Familiares de um dos mortos em sequestro de ônibus em Manila visitam o local do crime
A polícia informou que representantes do governo de Hong Kong se deslocaram à capital filipina para supervisionar a investigação.
O sequestrador, Rolando Mendoza, morreu ao ser atingido por um disparo na cabeça efetuado por um atirador de elite da polícia. O ex-policial abriu fogo com seu fuzil M-16 quando os membros das forças de segurança realizaram a primeira tentativa de entrar no veículo, que estava na região da Praça Rizal, um dos lugares mais visitados de Manila. Cerca de 20 agentes se colocaram dos dois lados do veículo e quebraram o vidro dianteiro, enquanto tentavam abrir à força todas as portas.
Santiago explicou hoje que a polícia decidiu invadir o ônibus depois que o motorista conseguiu fugir e disse aos agentes que todos os reféns estavam mortos, informação que acabou não sendo confirmada. “Quando o motorista escapou e contou que Mendoza tinha começado a matar aos reféns, o comandante ordenou a invasão”, afirmou.
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Por sua vez, o presidente filipino, Benigno Aquino, ordenou aos ministérios de Interior e Justiça que abram uma investigação sobre o incidente.
O presidente, que visitou o local nesta terça, disse que a cobertura jornalística do sequestro, transmitido ao vivo por vários canais de televisão do país, pode ter sido positiva para o sequestrador, pois “deu a ele uma visão de conjunto da situação”.
No entanto, reconheceu que não havia outra opção, pois, “caso tivesse sido ordenado um blecaute informativo, teriam acusado o Governo de censurar as notícias”. “Atuamos com transparência”, resumiu.
Negociações
Mendoza, antigo inspetor, foi afastado da polícia em 2008 depois de ter se envolvido em um escândalo de roubo, extorsão e drogas. Ele exigia que fosse absolvido das acusações e que fosse readmitido na corporação, já que faltava apenas um ano para se aposentar e receber previdência social.
Durante as negociações, as autoridades policiais acreditavam que conseguiriam resolver o sequestro sem resultados trágicos, já que, segundo elas, Mendoza deu sinais de boa vontade ao libertar nove dos reféns.
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