A Comissão Eleitoral das Ilhas Maldivas anunciou que a polícia impediu a repetição do primeiro turno das eleições presidenciais, previstas para este sábado (19/10), depois que foi anulada a convocação do dia 7 de setembro.
“Enquanto preparávamos a votação, o serviço de polícia nos comunicou que o processo eleitoral estava interrompido”, afirmou a comissão em comunicado, que considerou que a decisão representa “um dia negro para a democracia” no país.
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A intervenção policial aconteceu depois que dois dos três partidos políticos que apresentaram candidatos nas eleições se negaram, nesta sexta-feira (18/10) à noite, a enviar à comissão a documentação necessária para participar do processo eleitoral.
O Partido Progressista das Maldivas, de Abula Yamin, e o Partido da Justiça, de Qasim Ibrahim, justificaram a medida com o argumento de que o processo eleitoral não cumpria com os requisitos da justiça para a repetição das eleições.
A votação seria repetida depois que a Corte Suprema anulou no último dia 7 as eleições realizadas em 7 de setembro após a confirmação de irregularidades, como eleitores que votaram mais de uma vez e votos de pessoas mortas.
Quase 240 mil possíveis eleitores foram convocados hoje às urnas, no primeiro turno das eleições com as quais se pretendia acabar com a instabilidade no país desde a renúncia do ex-presidente Mohammed Nashid, em fevereiro de 2012.
Líder do Partido Democrático das Maldivas, primeiro presidente eleito democraticamente há cinco anos e favorito no atual processo eleitoral, Nashid denunciou então que tinha renunciado à chefia do Estado por causa de ameaças.
Nashid acusou simpatizantes e partidários do antigo ditador Maumun Abdul Gayum, que governou o país com mão de ferro de 1978 até 2008, de golpe de Estado. Durante o regime de Gayum, Nashid foi preso e torturado em várias ocasiões, por isso é chamado por seus seguidores de Nelson Mandela das Maldivas.
As Maldivas são formadas por um pequeno arquipélago no Oceano Índico que tem como principal atividade econômica o turismo. O país aplica de forma liberal os preceitos do islã, religião oficial do Estado e crença majoritária entre seus menos de 400 mil habitantes.