A popularidade do presidente paraguaio, Fernando Lugo, caiu de 64,14% para 48,04%, após ele assumir a paternidade de Guillermo Armindo Carillo, dois anos, fruto de uma relação com Viviana Carrillo, 26 anos, enquanto ainda era bispo. O estudo mostra também que 40,85% dos consultados disseram, antes do escândalo, que votariam novamente em Lugo para presidente. Depois, o índice caiu para 32,35%.

A queda de 16,1 pontos percentuais foi constatada por uma pesquisa de opinião feita pelo instituto de pesquisa Serviço Digitais e publicada hoje (16) pelo jornal paraguaio Última Hora.

“O reconhecimento da paternidade produziu forte impacto na sociedade paraguaia e afetou a percepção a respeito da credibilidade na honra do governante e nas intenções de voto ao mesmo”, ressalta o relatório.

A criança nasceu em 4 de maio de 2007, cinco meses após ele renunciar ao clero em  dezembro de 2006. Quando engravidou a mãe do menino, Lugo era bispo emérito de San Pedro, departamento (estado) paraguaio, a 360 quilômetros de Assunção.

Aprimeira notícia sobre o fato foi dada no dia 7 de abril e, até que o presidente assumisse a paternidade publicamente, muitas pessoas acreditavam que era um boato criado pela oposição. Depois de assumir o filho, muitos ficaram surpresos e decepcionados.

A pesquisa de popularidade foi feita por telefone, e ouviu 665 cidadãos paraguaios, maiores de 18 anos, residentes em qualquer região do país. A consulta foi feita durante o escândalo: a primeira parte aconteceu antes do dia 13, data em que Lugo veio a público, e a segunda, depois. 

Repercussão

O analista político paraguaio Alfredo Boccia disse em entrevista ao jornal Brasil de Fato que Lugo teve a atitude mais inteligente frente ao fato e que a polêmica logo acabará. “Provavelmente isso não tenha mais consequências, a não ser um prejuízo à imagem de Lugo. Mas consequências políticas não terá. Este assunto cairá no esquecimento”.

Na terça-feira (14), a Comissão Episcopal Permanente da Conferência Episcopal Paraguaia emitiu um comunicado em tempo recorde, em que os bispos do Paraguai pediram perdão pelos pecados aos fieis, devido ao reconhecimento de paternidade feito de Fernando Lugo. Monsenhor Ignacio Gogorza disse que o fato teve forte impacto negativo na Igreja Católica.

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