O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que esta quinta-feira (25/09) foi o primeiro dia de trégua efetiva entre separatistas e o Exército no leste do país. Em uma declaração durante o 12º Congresso Extraordinário dos Juízes, Poroshenko disse que os acordos assinados nas últimas semanas em Minsk, na Bielorrússia, estão finalmente dando frutos.
Agência Efe
Esta foi a primeira entrevista coletiva para todos os meios de comunicação nacionais oferecida por Poroshenko
“Hoje é o primeiro dia em muitas semanas e meses sem mortos ou feridos na Ucrânia. O cessar-fogo começou realmente a funcionar. É uma razão para festejar. Imaginem: ninguém morreu, ninguém ficou ferido. No último dia houve dois pequenos ataques com armas ligeiras perto de Debaltseve. As armas de artilharia continuaram em silêncio”, disse o Presidente ucraniano.
“Não tenho nenhuma dúvida que meu plano de paz vai funcionar e que a parte mais perigosa da guerra já é passado”, disse durante entrevista coletiva em Kiev.
União Europeia
O mandatário anunciou que implementará um pacote com 60 reformas políticas e sociais para que a Ucrânia possa entrar na União Europeia até 2020.
Agência Efe
Exército ucraniano patrulha estrada na região de Donetsk
Entre as principais medidas estão o combate à corrupção; a reforma da Justiça e das forças de segurança; a independência energética; e um alívio fiscal para as empresas do país, com o objetivo de “responder às exigências de potenciais investidores internacionais”, disse Petro Poroshenko.
O presidente também defendeu mais empréstimos do FMI (Fundo Monetário Internacional), da União Europeia e dos Estados Unidos. Além da “revisão” do pacote de 17 bilhões de dólares ofertado pelo FMI, Poroshenko pediu pelo menos mais um bilhão de dólares à UE.
O mandatário disse ainda que irá fechar imediatamente a fronteira com a Rússia para impedir a passagem de combatentes separatistas de um lado para o outro.
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De acordo com um decreto promulgado ontem por Poroshenko e publicado hoje, o presidente determinou a elaboração de um projeto de lei para que a Ucrânia renuncie ao status de país não alinhado, o que o impede de entrar na Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte).
Eleições
Apesar de o governo ter aprovado mais autonomia às regiões controladas por separatistas em Donetsk e Lugansk e ter fixado o dia 7 de dezembro para a eleição de representantes locais, os pró-russos convocaram eleições para o dia 2 de novembro, quando vão escolher a composição do Parlamento e os respectivos presidentes regionais.
Sobre o tema, Poroshenko pediu a toda comunidade internacional – incluindo a Rússia – para que não reconheça as eleições organizadas pelos separatistas. “Quaisquer outras eleições convocadas por organizações terroristas e datas agendadas à margem das leis ucranianas, sem observadores, em violação dos direitos de voto dos cidadãos ucranianos, não serão reconhecidos nem pela Ucrânia nem pelo resto do mundo. E espero que também não sejam reconhecidas pela Rússia”, disse.