A greve de caminhoneiros de cargas perigosas de Portugal foi suspensa na manhã desta quinta-feira (18/04) após três dias de paralisação e falta de combustível nos postos do país. O governo mediou um acordo entre a associação de transportadores e o sindicato dos trabalhadores, colocando fim à interrupção dos serviços.
No entanto, até que a situação volte a se normalizar, as autoridades decidiram manter o racionamento, que prevê 15 litros de combustível por veículo em 310 postos indicados pelo governo.
O fim da greve só foi possível após o governo português entrar como mediador nas conversas entre o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (Antram). O sindicato quer que os motoristas de cargas perigosas sejam reconhecidos como uma categoria, com suas especificidades e um acordo coletivo de trabalho.
“Vamos dar início às negociações com a Antram [Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias], com supervisão do Governo, para negociar as cláusulas da negociação coletiva desta classe profissional. A primeira reunião é dia 29 e tem como objetivo até ao final deste ano estar fechado este acordo coletivo de trabalho até final do ano”, afirmou Pedro Henriques, do SNMMP, ao Diário de Notícias.
Racionamento
O racionamento de combustíveis continua, e somente a partir da tarde desta quinta deve começar o reabastecimento nos postos – de acordo com o jornal Público, a escala de trabalho dos caminhoneiros prevê o início do turno da tarde às 13h.
O SNMMP prevê que, em até 48 horas, o abastecimento deva estar normalizado no país. por outro lado, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) fala em um prazo de até cinco dias para que se volte à situação pré-greve.
A falta de combustível afetou até os aviões que pousariam no aeroporto de Lisboa. Aeronaves da companhia nacional TAP precisaram ser abastecidas em aeroportos da Espanha antes de retornarem para Portugal.
Hans Porochelt/FlickrCC
Greve terminou em Portugal, mas racionamento continua