O líder do partido Chega, representante da extrema direita em Portugal, afirmou nesta quinta-feira (07/03) que uma possível visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu país poderá significar a prisão do brasileiro em terras portuguesas.
A ameaça aconteceu no último dia oficial de campanha para as eleições legislativas, marcadas para este domingo (10/03), quando o eleitorado lusitano escolherá o novo primeiro-ministro do país.
“Se o Chega vencer as eleições legislativas, a 25 de abril de 2024, o senhor presidente do Brasil, Lula da Silva, não vai entrar em Portugal”, declarou Ventura.
O argumento para sustentar essa declaração foram similares aos usados pelo principal aliado do extremista no Brasil, o ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (2019-2022), usando o termo “descondensado” para se referir ao mandatário brasileiro. “Corruptos já temos cá muitos, não precisamos que venham mais de fora”, acrescentou.
Em sua ameaça, Ventura cita o dia 25 de abril, porque Lula tem visita marcada em Portugal nesta data. O mandatário brasileiro é um dos convidados de honra da festa que comemorará os 50 anos da Revolução dos Cravos.
“Eu garanto-vos que, se eu for primeiro-ministro, o senhor Lula da Silva ficará no aeroporto. E, se insistir, vai para uma cadeia”, disse o extremista, durante um comício, para logo acrescentar que “isso não será uma grande novidade para ele” – em alusão ao período em que o líder brasileiro ficou preso em Curitiba.
Além de Lula, outro mandatário ameaçado por Ventura foi o premiê espanhol, Pedro Sánchez, chefe de Estado do único país com o qual Portugal possui fronteiras terrestres.
O líder da extrema direita portuguesa afirmou que em um possível governo liderado por ele, Sánchez terá limitado seu direito de visitar Lisboa. “Será permitido somente quando seja estritamente necessário”, explicou o candidato de ultradireita.
As pesquisas de opinião mais recentes apontam o Chega como terceiro colocado na corrida eleitoral, com cerca de 15% das intenções de voto. O Partido Socialista lidera a maioria das sondagens, algumas vezes em empate técnico com o Ação Democrática, partido de direita moderada.
Porém, alguns analistas consideram que a direita pode chegar ao poder mesmo sem ter o partido mais votado, caso a Ação Democrática e o Chega resolvam formar um governo de coalizão.