Na atualidade, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, é um dos chefes de Estado que desfruta de maior popularidade dentro do seu próprio país, com mais de 60% de imagem positiva, segundo pesquisa. Essa situação faz com que ele seja visto como um modelo até mesmo para candidatos de esquerda, apesar de suas políticas pouco relacionadas aos princípios progressistas.
Um exemplo dessa influência do mandatário salvadorenho é o comunicador e político Santiago Cúneo, pré-candidato presidencial pelo Partido Trabalhista, de esquerda.
Figura polêmica na Argentina, Cúneo se descreve como um “peronista ortodoxo e nacionalista”. Já foi membro do Partido Justicialista – legenda fundada por Juan Domingo e Eva Perón, tradicionalmente de esquerda, embora possua setores de centro-direita atualmente – mas também é conhecido por flertar com discursos autoritários e criticar a esquerda por “não ter um projeto de segurança pública”.
Em entrevista nesta quinta-feira (20/07) ao portal Infobae, Cúneo voltou a fazer essa crítica aos setores progressistas, e apontou a política de segurança pública de Bukele, baseada no encarceramento em massa e no aumento dos períodos de detenção, como modelo que a Argentina e os países da América do Sul deveriam seguir.
“Os argentinos querem o modelo Bukele, onde os criminosos têm que pagar como criminosos. As garantias da lei devem ser apenas para os honestos. Os criminosos devem ter suas garantias, mas dentro da prisão, não nas ruas. Se tiver que prender um quarto da população, então tem que prender”, afirmou Cúneo.
Infobae
Santiago Cúneo defendeu que a Argentina deveria seguir política de segurança pública adotada por Nayib Bukele em El Salvador
O pré-candidato argentino disse que tem apenas uma diferença com a política salvadorenha, pelo fato de defender, também, a adoção da pena de morte, medida não promovida pelo governo do país centro-americano, ao menos por enquanto.
“A pena de morte deve ser aplicada para crimes hediondos, como estupro seguido de morte, e também para traidores da pátria, como Macri, que colocou o país de joelhos com uma dívida bilionária. Macri só se livrará de mim por motivos legais, porque as leis criminais não podem ser retroativas”, comentou o comunicador.
Quem é Santiago Cúneo
Durante muitos anos, Cúneo foi um dos jornalistas mais importantes do canal CrónicaTV, onde apresentava o programa “Uno más Uno es Tres”, até ser expulso da emissora devido a declarações antissemitas.
Sua posição ideológica é tema de controvérsia. Alguns o qualificam como figura de esquerda, por ser muito ligado ao movimento sindical, outros o definem como de extrema direita, por sua defesa de políticas autoritárias.
Apesar de se considerar peronista, Cúneo costuma ser bastante crítico do kirchnerismo – setor ligado à vice-presidente Cristina Kirchner, que é atualmente a ala mais à esquerda dentro do peronismo. Nessa mesma entrevista, ele disse que “Cristina é, junto com Macri, o maior pesadelo da Argentina hoje. Ela só é o inimigo número dois do país porque Macri é o número um”.
Com informações de Infobae.