Domingo, 13 de julho de 2025
APOIE
Menu

O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, desafiou o governo da premiê Giorgia Meloni e transcreveu nesta sexta-feira (09/06) as certidões de nascimento de duas crianças geradas no exterior por casais homoafetivos italianos.

“Com este ato, garantimos aos menores o reconhecimento da cidadania italiana e seus direitos“, disse Gualtieri, expoente da centro-esquerda na Itália. 

“Reconhecemos aquilo que já foi sancionado nos países de nascimento, ou seja, que essas crianças têm duas mães, e não uma”, acrescentou o prefeito, que também cobrou a aprovação de uma “lei clara para as famílias homoafetivas e que garanta os mesmos direitos reconhecidos em toda a Europa”.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Sem direito à adoção ou a tratamentos de reprodução assistida, casais homoafetivos italianos frequentemente recorrem a clínicas de fertilização no exterior para realizar o sonho da maternidade e da paternidade, usando doação de gametas ou barriga de aluguel.

Governo Meloni ordenou que prefeitos italianos não transcrevessem registros de nascimento de filhos gerados no exterior por casais homoafetivos

Wikicommons

Roberto Gualtieri, prefeito de Roma, é expoente da centro-esquerda na Itália

No entanto, ao voltar para a Itália, não conseguem registrar os bebês com os nomes dos dois pais ou das duas mães.

Em março passado, o governo Meloni enfureceu a oposição e ativistas pelos direitos civis ao ordenar que prefeitos não transcrevessem os registros de nascimento de filhos gerados no exterior por casais homoafetivos.

A gestão da premiê também quer aprovar um projeto que transforma a barriga de aluguel – prática proibida na Itália – em “crime universal”, o que permitiria processar pessoas que recorressem a esse mecanismo no exterior.

Por sua vez, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fabio Rampelli, do partido Irmãos da Itália (FdI), liderado por Meloni declarou sobre o ato do prefeito: “Gualtieri pode cultivar as convicções que quiser, sua consciência responde à sua ética, mas, enquanto prefeito, tem o dever de respeitar as leis. A decisão de hoje tem o sabor de um ato subversivo construído para fazer esquecer as condições penosas em que a capital se encontra”.

(*) Com Ansa